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Facebook renova ícones: igualdade de género ou feminismo?

Procure o ícone de amigos no seu Facebook. Olhe bem. Nota alguma diferença? Pequenos ajustes, uma mensagem de peso numa das maiores e mais relevantes redes sociais da actualidade.

Reuters
09 de Julho de 2015 às 11:57
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O Facebook mudou os ícones de 'amigos', de 'grupos' e criou um novo ícone em que a diferença de género não é identificável para assinalar outras funções na plataforma. Apesar de ser uma mudança subtil, pelo menos em tamanho, não passou ao lado dos meios de comunicação social que, ora distinguem este passo na luta pela igualdade de género, ora salientam algum feminismo associado à mudança.

Tudo começou com a alteração do ícone dos ‘amigos’, ou seja, aquela pequena imagem na barra de topo que permite ver pedidos de novas amizades e/ou acrescentar pessoas à sua rede social. Agora, a mulher já não aparece "na sombra" da figura masculina, ou seja, atrás e bastante mais pequena em proporção.

Até à mudança do ícone de ‘amigos’ noticiada esta quarta-feira, 8 de Julho, o Facebook mostrava a silhueta de um homem em frente a uma mulher, e com um maior peso na imagem. Agora, apesar de continuar ligeiramente mais pequena, a silhueta feminina surge em frente à do homem, e ambos aparecem com um ‘look’ mais moderno.

Da mesma forma, o ícone de ‘grupos’ está agora diferente, aparecendo uma mulher entre dois homens, quando antes figurava um homem no centro, acompanhado de outra silhueta masculina e uma feminina, mais atrás.

A mudança destes ícones deu-se porque Caitlin Winner, designer do Facebook, encontrou uma lasca no ombro da silhueta feminina, local que marcava o sítio exacto onde a silhueta do homem deveria ser sobreposta.

O incómodo levou-a a redesenhar o ombro do ícone feminino, como contou numa publicação no site Medium, a 7 de Julho. "Depois de resolver a questão do ombro, senti-me tentada a remover o capacete à Darth Vader (personagem do Star Wars) e dar ao seu cabelo alguma definição", conta Winner. Uma vez terminado o serviço, deu conta que "em comparação com a nova senhora, o antigo ícone do homem parecia rígido e antiquado", optando então por renovar a sua imagem também.

"Ao actualizar a imagem do homem, apercebi-me dos muitos locais onde o Facebook usa simplesmente uma imagem para representar uma acção, como o botão ‘adicionar amigo’. Não parecia justo, muito menos certo, que todos os pedidos de amigos fossem representados pela figura de um homem, então desenhei uma silhueta para casos em que um ícone de género era desapropriado", explica a designer, apresentando uma figura onde não é possível distinguir se se trata de um homem ou uma mulher.

Uma vez concluído este trabalho, foi altura de considerar as proporções e posições dos ícones. Após várias tentativas falhadas de colocar as silhuetas do homem e da mulher lado-a-lado e com a mesma proporção, Winner decidiu "colocar a mulher, ligeiramente mais baixa, em frente ao homem" no ícone de ‘amigos’ e, no caso dos grupos, decidiu compor a imagem com as novas silhuetas que criara, colocando a mulher no centro.

Winner conta que guardou os novos ícones com receio de receber uma reprimenda das chefias, mas o facto é que "de alguma forma mágica, os novos ícones começaram a aparecer nos novos produtos da empresa e nas várias plataformas".

Não foi ‘mágica’ a forma como os novos ícones foram sendo adoptados, conta-nos depois Winner, explicando que foi fruto da acção de vários responsáveis da empresa que foram integrando e difundindo as imagens no kit de ícones da marca.

As reacções às novas imagens foram variadas. Enquanto a CNN fala destas mudanças como um passo na direcção de uma maior igualdade de género, o The Guardian salienta de um pendor feminista. O facto é que apesar de ser uma ligeira alteração, que muitos provavelmente não notariam, é todavia uma mensagem relevante da empresa para o exterior.

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