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Amazon pretende criar 100 mil postos de trabalho nos EUA
A plataforma de comércio electrónico Amazon vai criar mais de 100 mil postos de trabalho nos próximos 18 meses em solo americano. Notícia surge a poucos dias de Trump tomar posse com 45.º presidente dos EUA.
Cem mil empregos. A plataforma de comércio electrónico Amazon quer criar mais de cem mil postos de trabalho, nos próximos 18 meses, em território norte-americano, de acordo com a Bloomberg. O crescimento no número de funcionários, de acordo com a mesma fonte, não é particularmente surpreendente uma vez que a empresa norte-americana liderada por Jeff Bezos (na foto) está a expandir-se em várias categorias como produtos alimentares e hardware.
Donald Trump, durante a campanha para as eleições presidenciais, enfatizou a necessidade de impulsionar os empregos nos Estados Unidos, um tema que não deixa as grandes tecnológicas muito confortáveis. A 14 de Dezembro, antes do encontro entre Trump e tecnológicas, o Wall Street Journal escrevia que a Apple, a Alphabet, a Microsoft, a Amazon e o Facebook são cinco das sete empresas norte-americanas mais valiosas mas, por regra, empregam menos pessoas que os outros grandes sectores. Para se ter uma ideia, de acordo com a mesma fonte, as cinco empresas em conjunto empregam 600 mil pessoas, sendo que uma fatia significativa está no estrangeiro. A Wal-Mart Stores sozinha emprega 1,5 milhões de pessoas nos Estados Unidos.
"É uma notícia poderosa e o timing certamente faz com que Trump fique bem", comentou à Bloomberg Ivan Feinseth, analista da Tigress Financial Partners LLC.
Ainda durante a campanha muitas das empresas tecnológicas, nomeadamente as que têm sede em Silicon Valley (São Francisco), eram favoráveis à candidata democrata, Hillary Clinton. Perante a vitória de Trump, em meados de Dezembro vários líderes de empresas tecnológicas estiveram reunidos com o presidente eleito dos EUA.
Numa possível manifestação de reconhecimento face ao peso que o sector tem para economia norte-americana, Trump chamou estes líderes à Trump Tower, em Nova Iorque, onde tem a sua equipa de transição. Na altura, o The New York Times escrevia que o presidente eleito elogiou os CEO das tecnológicas afirmando: "Não há ninguém com vocês no mundo. (...) No mundo! Não há ninguém como as pessoas que estão nesta sala", salientou e acrescentou que o que o Governo vai estar disponível para ajudá-las.
Trump está a poucos dias de tomar posse como 45.º presidente dos Estados Unidos da América. Durante a campanha, o candidato Republicano atacou Jeff Bezos, dizendo que comprou o jornal Washington Post para exercer poder político e evitar pagar impostos.
Ainda assim, depois do encontro de 15 de Dezembro, o CEO da Amazon emitiu um comunicado onde classificou a reunião como "muito produtiva". "Partilho da visão que a administração deve ter como um dos pilares fundamentais a inovação, algo que pode criar um elevado número de empregos por todo o país, em todos os sectores, não apenas em tecnologia", acrescentou citado pelo jornal norte-americano.
Trump, por várias ocasiões, apontou que pretendia restringir o acesso de imigrantes ao país. Esta é uma das questões importantes para o sector tecnológico norte-americano. Muitas destas empresas têm uma parte significativa da sua força de trabalho oriunda de outros países. Silicon Valley é um dos maiores centros de tecnologia e de empreendedorismo do mundo e, ao longo dos anos, foi atraindo pessoas dos vários pontos do globo, quer para trabalhar quer para fundar empresas.
Um dos sectores que tem sido atacado nas últimas semanas por Trump tem sido a indústria automóvel. A Ford cancelou mesmo a criação de uma fábrica no México e anunciou um investimento de 700 milhões de dólares no estado do Michigan e criar 700 postos de trabalho.
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) anunciou a expansão de duas fábricas. A FCA revelou que vai investir mil milhões de dólares nas unidades fabris que detém no Michigan e no Ohio, onde vai produzir um novo sport utility vehicle (SUV) e possivelmente uma "pickup" que é actualmente produzida no México.
E a japonesa Toyota, revelou nos últimos dias, que vai investir 10 mil milhões de dólares nos Estados Unidos nos próximos cinco anos. O anúncio teve lugar alguns dias após Donald Trump ter criticado a companhia japonesa por ter anteriormente anunciado que iria relocalizar a produção do Toyota Corolla para o México.