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Depois das críticas de parte a parte, o frente-a-frente entre Trump e Silicon Valley

Durante a campanha, Donald Trump criticou Silicon Valley. E Silicon Valley respondeu constituindo-se como uma forte opositora de Trump e alertou para as consequências de uma vitória do republicano. Trump venceu e hoje é o dia do frente-a-frente.

Jonathan Ernst/Reuters
14 de Dezembro de 2016 às 16:54
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Na campanha presidencial norte-americana, o republicano Donald Trump criticou Silicon Valley (São Francisco), sede de muitas das grandes tecnológicas norte-americanas. Apontou o dedo às suas práticas empresáriais, querendo que a Apple pare de fabricar telefones na China, e disse que o CEO da Amazon, Jeff Bezos, comprou o jornal Washington Post para exercer poder político e evitar pagar impostos, como recorda o The Guardian.

Silicon Valley também não morreu de amores pelo candidato republicano. Como escreve o The New York Times, Silicon Valley evitou Trump e tudo o que ele defendia. Mobilizou a sua tecnologia para a sua derrota e alertou para as consequências que adviriam com uma vitória do candidato republicano.

Mas Trump venceu e esta quarta-feira, 14 de Dezembro, os principais líderes das grandes tecnológicas de Silicon Valley rumam a Nova Iorque para encontrar-se com o presidente eleito dos Estados Unidos.

Elon Musk da Tesla, e que recentemente se soube que iria integrar o conselho consultivo de Trump, Larry Page e Eric E. Schmidt da Alphabet (Google), Tim Cook da Apple, Satya Nadella da Microsoft, Jeff Bezos da Amazon, Sheryl Sandberg do Facebook, Safra A. Catz da Oracle, Brian M. Krzanich da Intel, Chuck Robbins da Cisco e Ginni Rometty da IBM são os nomes dos líderes que marcam presença no encontro, de acordo com o The New York Times.

Um dos temas que as tecnológicas quererão abordar e receber respostas está relacionado com o emprego, de acordo com o jornal britânico. Apontando que é uma das questões mais prementes, as tecnológicas querem saber se a administração Trump vai realmente apertar as políticas de imigração, escreve o The Guardian. Muitas destas empresas têm uma parte significativa da sua força de trabalho oriunda de outros países.

Dado que Silicon Valley é um dos maiores centros de tecnologia e de empreendedorismo do mundo, ao longo dos anos foi atraindo pessoas dos vários pontos do globo, quer para trabalhar quer para fundar empresas. De acordo com um estudo da National Foundation for American Policy, citado pelo jornal, imigrantes fundaram mais de metade (51%) das start-ups que têm sede nos Estados Unidos e que têm uma avaliação de ou superior a mil milhões de dólares.


Além disso, e como escreve o Wall Street Journal, Trump enfatizou durante a campanha a necessidade de impulsionar os empregos nos Estados Unidos, um tema que não deixa as grandes tecnológicas muito confortáveis. A Apple, a Alphabet, a Microsoft, a Amazon e o Facebook são cinco das sete empresas norte-americanas mais valiosas mas, por regra, empregam menos pessoas que os outros grandes sectores. Para ter uma ideia, de acordo com a mesma fonte, as cinco empresas em conjunto empregam 600 mil pessoas, sendo que uma fatia significativa está no estrangeiro. A Wal-Mart Stores sozinha emprega 1,5 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Ainda assim, e antes deste encontro, a IBM anunciou que vai criar 25 mil empregos nos EUA.

 

Um outro tema de potencial interesse para estas empresas, e que pode estar em cima da mesa, é a repatriação de capitais. O The New York Times escreve que, em conjunto, estas empresas têm centenas de milhares de milhões de dólares no estrangeiro. E gostariam que essas verbas regressassem a casa, caso haja um imposto benéfico. Um volume avultado de verbas pode traduzir-se em dinheiro que é usado para ajudar a impulsionar o programa de infra-estruturas de Trump, uma das promessas eleitorais, segundo a mesma fonte.

O tema da concorrência também pode estar em cima da mesa neste encontro. O Wall Street Journal avança que Trump assinalou durante a campanha que pode tornar as leis da concorrência mais duras o que, a confirmar-se, pode gerar receios junto da Alphabet e Amazon, que detêm uma grande parte do retalho online.

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