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O alfaiate de conteúdos global que cresceu com os blogues

O "Huffington Post", primeiro jornal completamente digital dos EUA, nascido em 2005, mantém a características distintivas iniciais, como o recurso a mais de 50.000 bloguers. Para obter uma média de 78 milhões de leitores mensais.

Pedro Elias/Negócios
25 de Março de 2014 às 00:01
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O actual maior editor de conteúdos da Internet, com a capacidade para fornecer notícias à medida das várias redes sociais e plataformas tecnológicas existentes. É assim que Jimmy Soni vê o "Huffington Post", actualmente.

Quando surgiu, em Maio de 2005, pelas mãos de Arianna Huffington, Kenneth Lerer, Andrew Breitbart e Jonah Peretti, o "Huffington Post" foi o primeiro jornal à escala norte-americana "completamente digital". Sem suporte de papel, mas com linha ideológica marcada pela direita liberal, o "Huffington Post" começou logo por inovar ao juntar produção própria de notícias com um largo contributo de bloguers (hoje são 50.000) e de colunistas, desde Barbara Streisand a Desmond Tutu, passando pelas duas alas Capitólio.

Comparado com os valores a que algumas aplicações para "smartphones" foram vendidas já nesta década, os 315 milhões de dólares (228,3 milhões de euros ao câmbio actual) que a AOL pagou em 2011 para ficar com o produtor de conteúdos até parece uma pechincha. Mas a verdade é que entre o seu lançamento e a sua venda, o Huffington Post recebeu investimento do Soft Bank (cinco milhões de dólares em 2006), e de vários outros investidores para financiar a expansão (15 milhões de dólares em 2008).

Conteúdos "tailor made"

O editor executivo que Arianna Huffington escolheu em 2012 para ser o editor executivo do "Huffington Post", quando Jimmy Soni tinha apenas 26 anos, destaca três características do projecto para explicar o seu sucesso – já premiado com um Pulitzer, entregue em 2012 pela primeira vez a uma companhia de media online.

O primeiro é "um conteúdo realmente muito bom", porque "fazemos um trabalho fantástico através das nossas várias secções" – que além dos "habituais" temas políticos, económicos e internacionais, cobrem temas como igualdade de raça e género, "estilo de vida" ou a adolescência. A isto, o HP juntou "uma plataforma tecnológica muito forte". E, finalmente, "prestamos atenção aos dados" – "somos muito bons a saber como produzir à medida um conteúdo para plataformas específicas – um conteúdo que funciona bem no Facebook é diferente de um conteúdo que funciona bem no Twitter".

A "fórmula" tem os seus resultados: em Outubro passado, o "site" atingiu uma audiência recorde de 84 milhões leitores mundiais.

 
Expansão: "Huffington Post" em Portugal? "Quem sabe..."

"Agora que vim a Portugal, quem sabe se teremos um 'Huffington Post Portugal'... É sempre uma possibilidade", responde Jimmy Soni. A pergunta era sobre uma versão portuguesa do site noticioso norte--americano, mas o editor executivo do "Huffington Post" recorda que, como no Brasil, onde tem já uma parceria com a editora Abril (que resulta no "Brasil Post"), é tudo uma questão de encontrar a solução certa. "Para nós, é só uma questão de encontrar um bom parceiro em cada país e fazer uma parceria para uma versão do HP". "Agora que traduzimos [o HP] para português, as pessoas aqui [em Portugal] poderão ficar, espero, animadas com a nossa vinda para Portugal, no futuro". O modelo, "em cada país para onde vamos" é o de fazer "conteúdos locais". "Nós não estamos a fazer um modelo de franchising", de tradução de textos. 

 
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