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Não foi só a iMobileMagic que atraiu americanos

Há várias start-ups portuguesas, além da iMobileMagic, que foram compradas por grandes empresas estrangeiras. A primeira foi a Chipidea, em 2007. A MIPS Technologie pagou 107,5 milhões pela empresa tecnológica nacional.

Bloomberg
26 de Julho de 2016 às 15:33
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É preciso recuar alguns anos para recordarmos o interesse de uma gigante norte-americana numa tecnológica portuguesa. Em Agosto de 2007, a portuguesa Chipidea foi adquirida pela MIPS Technologie por 147 milhões de dólares (107,5 milhões de euros), o que geraria a segunda maior empresa de design de semicondutores sobre propriedade intelectual. A start-up portuguesa fora fundada em 1997 por José Epifâneo da Franca, que mais tarde foi o primeiro presidente da Portugal Ventures (sociedade pública de capital de risco).

E em Junho de 2008, a Microsoft revelou a intenção de adquirir a MobiComp, que se dedicava ao desenvolvimento de tecnologias na área de mobilidade. 
O que veio a acontecer. E, com esta operação, a Microsoft anunciou a criação de um centro de mobilidade em Portugal utilizando o "know how" da MobiComp, com mais de 20 milhões de utilizadores no mundo. O maior investimento até aqui então pela Microsoft em Portugal tinha sido no Centro para o Desenvolvimento da Linguagem, que representou um valor de 10 milhões de euros.


E em Abril do ano passado, a start-up portuguesa BestTables foi adquirida na totalidade pela norte-americana TripAdvisor. Nascida em 2011, e com operação em Portugal e no Brasil, o CEO considera que esta operação é uma oportunidade para crescer. 
O valor da operação não foi, na altura, tornado público. Com a aquisição pela empresa norte-americana, Ricardo Sécio, CEO da BestTables, acreditava representar uma oportunidade para crescer. "É uma oportunidade para dar continuidade a um projecto, que fundei em 2011 em Lisboa, e que de outra maneira não conseguiria ganhar a projecção, dimensão, porque estamos num sector que cresceu muitíssimo".


Manter a operação apenas em Portugal seria um "erro fatal" contava Ricardo Sécio, por isso, "entendemos que devíamos crescer e expandir para outro mercado". "Avaliamos algumas opções" e "entendemos que o mercado brasileiro - pela sua dimensão, pelo seu estágio dentro deste sector e pela proximidade da língua - seria uma boa aposta. Entrámos no Brasil no ano passado. Não foi fácil, mas correu-nos muito bem", explicava na altura.
 E foi "esse primeiro passo que nos colocou no radar dos grandes grupos internacionais" e "fomos recebendo pontualmente alguns contactos", entre eles e a TripAdvisor.

Em Julho do ano passado, e de acordo com a Exame Informática, a Visual Fusion, da Maia, especialista em alojamento de sites e lojas online, foi comprada pela Claranet, uma empresa com sede no Reino Unido.

Também no ano passado, mas em Outubro, foi revelado que a Google comprou a empresa portuguesa de fotografia e informática Digisfera, uma empresa familiar criada pelo fotógrafo António Cabral e pelo seu filho Manuel Cabral, mestre em engenharia de redes de comunicação. O valor do negócio não foi tornado público.

 

Esta segunda-feira, 25 de Julho, chegou a notícia de que a americana Smith Micro comprou a tecnológica portuguesa iMobileMagic. A empresa de Braga tem uma solução que permite acompanhar os familiares através do smartphone. A Smith Micro pagou 520.238 euros em numerário e 1,5 milhões de euros em acções.

Um dos fundadores da portuguesa iMobileMagic, Carlos Oliveira (fundador também da MobiComp), disse à Lusa que esta operação "são óptimas notícias" para os empreendedores nacionais porque mostra que estes movimentos com empresas internacionais e cotadas são possíveis. 

"Pessoalmente, é um orgulho ter participado pela segunda vez num processo destes de aquisição. Já o tinha feito com a MobiComp, em 2008 [quando foi vendida à Microsoft], agora com a aquisição da iMobileMagic mostramos também aos outros empreendedores nacionais que é possível isto acontecer a partir de Portugal. São óptimas notícias para quem está a empreender poder perceber que este tipo de movimentos com empresas americanas cotadas e empresas do mundo todo é possível", disse Carlos Oliveira.

 

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