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Kinematix encomenda "faixas" a campeões ingleses de râguebi

A start-up portuense está a trabalhar com os Leicester Tigers na monitorização do esforço muscular e das acções repetitivas dos jogadores para evitar lesões. Com filial em Boston, quer levar a tecnologia para o futebol americano.

Paulo Duarte/Negócios
25 de Março de 2014 às 00:01
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A Kinematix está a trabalhar com os Leicester Tigers, actuais campeões ingleses de râguebi, na monitorização, em ambiente real, do esforço realizado por estes jogadores muscularmente desenvolvidos com o objectivo de evitar lesões. "Em Inglaterra só podem pagar quatro milhões de libras em salários, portanto cada vez que um jogador se aleija não o podem substituir", lembrou o CEO desta "spin-off" da Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP) e do INESC TEC – laboratório do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto.

Foi através de um contacto comum que a antiga Tomorrow Options começou a aplicar no desporto inglês o seu dispositivo "Walkinsense", que monitoriza em ambiente real os movimentos dos membros inferiores do corpo relativamente à distribuição do peso na planta do pé. Paulo Santos (na foto) notou que este trabalho permite também quantificar o tempo que os jogadores passam em acções repetitivas para se poder mudar os planos de treino. Além disso, permite detectar problemas que podem ser resolvidos da costumização das palmilhas das botas, por exemplo, para aliviar a dor ou tentar equilibrar diferenças biomecânicas entre uma perna e outra.

Com a decisão de abrir uma filial em Boston tomada desde que, em Outubro, convenceu a Portugal Ventures a financiar o projecto com 2,6 milhões de dólares (1,9 milhões de euros) – somou aos 2,4 milhões de dólares investidos pela mesma sociedade de capital de risco em 2008 –, o gestor, 49 anos, disse ao Negócios que já pensa aplicar esta metodologia ao futebol americano.

Além do "Walkinsense", também o "Movinsense" – que mede a posição e o tempo dos doentes acamados, evitando feridas ou quedas – está já certificado pela autoridade norte-americana Food and Drug Administration. E é na maior economia do mundo – a única que garante uma "escala para permitir estar no preço certo" – que a start-up portuense prevê que o programa "ObamaCare" vá "beneficiar tremendamente" as suas tecnologias que prometem, por exemplo, reduzir os custos com internamentos prolongados.

Criada em 2007 durante um mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico, a Kinematix arrancou com cinco accionistas. Um institucional (o INESC) e quatro outros individuais: além de Paulo Santos, também envolveu uma colega do mestrado e dois professores que tinham estado envolvidos no desenvolvimento da tecnologia original. Perto de 90% da engenharia continua a ser feita no Porto, enquanto a produção do hardware está espalhada pela Polónia, Portugal, Espanha e China.

 
Novo produto "escolhe" melhor calçado desportivo

A Kinematix acaba de lançar o seu terceiro produto - o Fittingsense -, que é um dispositivo para ajudar os clientes das lojas de desporto a escolher o calçado mais adaptado à condição de cada consumidor e à forma como pratica a modalidade. A novidade foi lançada no final do ano em Austin (Estados Unidos) e já está a ser testada em algumas lojas. "O objectivo é vender o produto a grandes cadeias ou grandes marcas com mais de 50 lojas. Estamos a negociar com várias", adiantou o CEO, Paulo Santos, frisando que "este é o único equipamento que permite obter informação dentro do sapato".

 

"Hoje o calçado desportivo é muito técnico ou segmentado e isto permite, numa questão de minutos, comparar vários pares de sapatos e ter um resultado muito visual sobre quais são os mais equilibrados, por exemplo, para a sua forma de correr", explicou.

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