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A Dosapac já fala nove línguas e vai a caminho de África
O fundador da empresa vai recomprar a posição que a Novabase Capital detém e fica a controlar 100% da sociedade que fundou no sector do software de automação.
José Mota (na foto) diz que a Novabase Capital fez um bom negócio quando investiu na Dosapac. "Eles fizeram um bom negócio e eu fiz um melhor negócio porque vou ficar com a empresa". O fundador e futuro accionista a 100% da Dosapac não tem dúvidas. O capital de risco "foi óptimo. Se tivesse sido com familiares teria sido muito mais complicado, dá mais problemas. Recomendo", explicou durante uma conferência onde várias start-ups falaram das mudanças no negócio com a entrada de capital.
Neste momento, José Mota acredita que há "suporte financeiro [para] antecipar as necessidades de tesouraria num prazo de, no mínimo, 18 meses".
A Dosapac dedica-se a um sector bastante tradicional da economia portuguesa: a engenharia. Mas José Mota explica que a empresa faz "softwares que comandam a climatização, iluminação, pressão, humidade. Em ambientes mais complicados como os dos blocos operatórios. Em centros comerciais e hipermercados".
Hoje com 17 trabalhadores (incluindo estagiários que vão permanecer nos quadros da empresa), conta fechar 2014 com 20 pessoas nos quadros.
Falam-se nove línguas na Dosapac: português, francês, inglês, espanhol, alemão, romeno, russo, ucraniano e italiano. E isso reflecte a orientação da empresa para a internacionalização. "Temos uma experiência interessante em Angola, porque somos das poucas empresas que trabalham simultaneamente nas 18 regiões do país. É um grande desafio sair deste rectângulo e ir para o quadrado de Angola. Não é nada fácil e serve-nos como laboratório para a expansão para o Norte de África" diz José Mota.
Além de Angola e Portugal, a empresa está presente na Irlanda (com filial), Inglaterra, França e Espanha, Argélia e Marrocos. E a expansão deverá alargar-se para o Gana, Togo, Gabão, Namíbia, Chile, Colômbia e EUA, diz José Mota.
E o sector está sempre em evolução e a pedir inovação. "A gestão técnica de edifícios é uma área hiper-dependente dos projectos das restantes especialidades", explica José Mota. E isso exige que a Dosapac, continue "a desenvolver interfaces de controlo concebidos em parceria com peritos de cada sector (hotelaria, centros comerciais, hipermercados)". "O que nós vendemos é a confiança. É o que mais custou a construir", disse José Mota.
A Dosapac nasceu como muitas outras empresas. "Estava a trabalhar numa empresa multinacional exactamente do mesmo ramo", explicou o fundador José Mota. "Basicamente conhecia o negócio, o que era começar do zero, porque na altura Portugal ainda era muito grande e havia a necessidade de criar uma delegação do Norte", diz José Mota, que acabou por abandonar o seu anterior emprego. "Fiquei com a necessidade de criar o Norte todo do zero. E, por isso, quando chegámos a 1997 e quando criei a empresa, já havia alguma coisa para trás - não muito, um pouco. O desafio a seguir foi construir mais utilidade para os mesmos clientes". José Mota acredita que este desafio foi ultrapassado. "Conseguimos oferecer ao mercado algo de diferente, que nos distinguia", realçou.