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INL: O "rei" das patentes que quer chegar à indústria

O Laboratório Ibérico internacional de Nanotecnologia, em Braga, foi a entidade nacional que mais pedidos de patentes fez em 2015. Trabalhar com empresas é uma das metas. O licenciamento de patentes é uma das estratégias.

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03 de Março de 2016 às 11:09
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"Vive" em Braga mas é português e espanhol. "Nasceu" de uma decisão conjunta do Governo português e espanhol, tomada em Novembro de 2005, e no ano passado foi a instituição nacional que mais pedidos de patentes fez junto do Instituto Europeu de Patentes. É o Laboratório Ibérico internacional de Nanotecnologia (INL).

"É uma organização internacional de pesquisa dedicada à investigação aplicada em nanotecnologia, fundada pelos Governos de Portugal e Espanha. O INL fornece ciência e inovação e é fundamental para traduzir o conhecimento em benefícios económicos e [para a] sociedade através da exploração, desenvolvimento e articulação da nanotecnologia", conta ao Negócios Lars Montelius (na foto), director-geral do INL, em declarações por escrito.

Esta instituição faz investigação em quatro áreas – saúde, alimentação e ambiente, tecnologias de informação e comunicação – e é a única organização de investigação totalmente dedicada à nanotecnologia com um estatuto legal internacional, o que faz dela "única". Lars Montelius, sueco e com um trajecto ligado à física, explica ainda que o INL está "no centro de uma rede mundial sólida de colaborações académicas, científicas e industriais".

Aumentar o número de áreas de estudo não está previsto. Porém, "vamos interligar ainda mais as áreas de investigação existentes ao aumentar a nossa capacidade para integrar", adianta o físico, acrescentando que este organismo "tem uma equipa de cientistas e engenheiros altamente qualificada e interdisciplinar".

No ano passado, o INL efectou oito pedidos de protecção da propriedade intelectual junto do Instituto Europeu de Patentes. Em 2016, a expectativa é que sejam apresentadas "mais de cinco e provavelmente não mais de dez". Lars Montelius refere que as patentes pedidas em 2015 (e cuja aprovação ainda não foi obtida dado todos os estudos e análises que têm de ser feitos antes disso) são do segmento tecnológico e "vão ser de valor para empresas com quem estamos comprometidos em fortalecer e aumentar a sua competitividade".

cotacao O INL fornece ciência e inovação e é fundamental para traduzir o conhecimento em benefícios económicos e [para a] sociedade através da exploração, desenvolvimento e articulação da nanotecnologia. Lars Montelius Director-geral do INL


"Uma das mais importantes estratégias de negócios do INL é licenciar as patentes a empresas. Algumas tecnologias poderão ser exploradas por start-ups apoiadas pelo INL", acrescenta.


O responsável destaca ainda que "tem um grande valor estratégico para o INL assegurar tecnologias inventivas através da produção de propriedade intelectual" até porque "oferecendo um portefólio de patentes e invenções, o INL torna-se um parceiro mais atractivo para a indústria".

Espaço para start-ups

O laboratório localizado na cidade dos Arcebispos tem condições para ser a "casa" de start-ups que operam nesta área. Actualmente, a Biomode é a única "ocupante" deste espaço. Uma das responsáveis por esta start-up, Laura Cerqueira, explicava há cerca de um ano ao Negócios que estavam a trabalhar num kit de detecção rápida de microrganismos para a segurança alimentar.

O director do INL assume que "qualquer empreendedor pode abordar" o laboratório para ficar lá incubado, mas admite "que os padrões são elevados". "As ideias apresentadas vão ser avaliadas e devem sempre incluir o objectivo de resolver uma necessidade da sociedade". O INL está a trabalhar de perto com a InvestBraga, agência que visa a dinamização económica da cidade e que é responsável pela Startup Braga – uma incubadora de start-ups.

A ambição para o futuro passa por tornar este laboratório num "'hub' de desenvolvimento nanotecnologico com integração mundial". O INL já tem "laços fortes" com vários agentes da região norte de Portugal e da Galiza, o que vai "dar ao INL uma dimensão diferente".


"Esperamos a rápida implementação da nanotecnologia em todas as áreas industriais – a indústria 4.0. Estamos também muito comprometidos com a nossa actividade no sector da saúde, bem como no sector alimentar. O INL é um parceiro bem colocado para desempenhar um papel decisivo na integração da ciência e inovação nas empresas", refere Lars Montelius.

O responsável defende ainda que esta instituição "tem um papel claro na resolução dos desafios da sociedade". "Agora que as instalações estão totalmente montadas, estamos a reivindicar o nosso lugar no palco científico para sermos parte do progresso real e do crescimento económico". 

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