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“Download de pensamentos” é a última aposta “louca” de Elon Musk
Elon Musk é um dos mais conhecidos empreendedores do mundo. Fundou várias empresas, entre elas a Tesla e a SpaceX. A última ideia de Musk é uma start-up para fazer download de pensamentos.
Em Portugal, possivelmente, quando se ouve o nome Elon Musk o primeiro pensamento que ocorre é Tesla, empresa que produz carros eléctricos. Mas no currículo Musk conta com muitas mais ideias e negócios. A mais recente é uma start-up, a Neuralink, que pretende ligar computadores ao cérebro humano.
A Neuralink estará, de acordo com a notícia avançada pelo Wall Street Journal, e citada pela Reuters, a trabalhar no sentido de implantar pequenos eléctrodos cerebrais que um dia poderão ser usados para fazer o upload e download de pensamentos. Não foi feito qualquer anunciou oficial. A Neuralink foi registada em Julho do ano passado, na Califórnia, como uma empresa de "investigação médica".
E, de acordo com uma fonte do Wall Street Journal, Elon Musk pretende financiar a empresa quase na totalidade. Contudo, e novamente de acordo com fontes da publicação, não é ainda claro que tipo de produtos a Neuralink pode desenvolver. No entanto, nas últimas semanas, a start-up contratou destacados académicos desta área, acrescenta o jornal.
Os primeiros passos como empreendedor
Elon Musk nasceu na África do Sul em 1971. E, de acordo com o site biography, Musk começou a interessar-se por computadores com 10 anos de idade. Aprendeu a programar sozinho e aos 12 fez mesmo seu primeiro negócio. Vendeu o primeiro software que desenvolveu, um jogo chamado Blastar.
Aos 17 anos, rumou ao Canadá, pais natal da mãe, e ingressou na Queen’s University. Três anos depois abandonou esta instituição e partiu para os EUA para desenvolver os seus estudos na área empresarial e da física na Universidade da Pensilvânia. Terminados os estudos, Musk partiu para a Califórnia para iniciar um doutoramento na Universidade de Stanford, mas rapidamente abandonou este projecto.
A ida para a Califórnia coincidiu com o boom da internet e Musk lançou a sua primeira empresa, a Zip2 Corporation, um guia online da cidade e que forneceu conteúdos para os sites de jornais como o The New York Times e Chicago Tribune, segundo a mesma fonte. Em 1999, uma divisão da Compaq Computer Corporation comprou a Zip2 por 307 milhões de dólares em dinheiro e 34 milhões de dólares em opções sobre acções.
Nesse mesmo ano, Musk foi um dos co-fundadores da X.com, uma empresa de pagamentos e serviços financeiros online, que levou à criação do PayPal – empresa que em 2002 foi vendida ao eBay para 1,5 mil milhões de dólares em acção.
Em 2002 lançou a Space X, empresa de transporte espacial. Ainda em Maio do ano passado, a companhia aeroespacial conseguiu pousar com êxito a componente principal do foguete Falcon 9 numa plataforma instalada no Oceano Atlântico depois de ter projectado um satélite de comunicações japonês.
O Falcon 9 descolou às 05:21 (hora de Lisboa), como previsto, de Cabo Canaveral, na Flórida e 32 minutos depois projectou o satélite de comunicações japonês Sky Perfect JSAT para a órbita terrestre.
Logo após o lançamento do satélite, a componente principal do Falcon 9 inverteu o percurso e foi conduzida sem problemas até à plataforma marítima que foi montada ao largo da costa dos Estados Unidos, tendo aterrado cerca de 10 minutos depois. A parte principal do foguete Falcon 9 vai ser utilizada em futuras missões.
E ainda esta quinta-feira, 30 de Março, a SpaceX fez o seu primeiro re-lançamento e aterragem de um foguete já usado, o Falcon9. A operação foi concretizada com sucesso, de acordo com a Reuters. Esta operação, que passou por lançar um foguete já usado anteriormente e resgatar o veículo novamente, e foi considerada por Musk como um passo importante para diminuir os custos que envolveu o lançamento de foguetões. "É um grande dia", disse aos jornalistas.
More photos from today’s Falcon 9 launch and first stage landing → https://t.co/095WHX44BX pic.twitter.com/c3UYhMrDec
— SpaceX (@SpaceX) 31 de março de 2017
SpaceX successfully launched a reused rocket, a major milestone in rocket reusabilityhttps://t.co/rCqCREbAAx
— Wall Street Journal (@WSJ) 31 de março de 2017
Em 2003, Elon Musk fundou a Tesla, que em Portugal é um nome cada vez mais conhecido devido ao facto de a Tesla estar a estudar vários países para instalar a sua fábrica europeia e Portugal ser uma das hipóteses.
Em Agosto do ano passado, a Tesla anunciou a compra da Solarcity por 2,6 mil milhões de dólares. "A energia solar e o armazenamento são melhores quando combinadas. Juntas, a Tesla e a Solarcity podem criar produtos que melhoram a forma como a energia é gerada, armazenada e consumida", pode-se ler no comunicado publicado pela Tesla. Esta operação teve uma particularidade. Musk é o CEO e o maior accionista da Tesla e o chairman e maior accionista da Solarcity.
Nos últimos anos, o empreendedor, que tem nacionalidade norte-americana desde 2002, tem se interessado por um veículo que viaja a alta velocidade através de um tubo. Musk mostrou interesse, há cerca de quatro anos, por uma tecnologia que se chama hyperloop.
Na base desta solução está um tubo a partir do qual o ar bombeado cria algo muito próximo de vácuo, o que, teoricamente, torna possível o transporte de pessoas ou carga a uma velocidade próxima da velocidade do som (1.236 quilómetros por hora). Em 2013, quando manifestou o seu interesse pela tecnologia, Musk tornou pública a sua investigação para que outros pudessem trabalhar neste conceito.
Admiração pelo planeta vermelho
A paixão de Elon Musk por Marte é conhecida. Há muito que fala de colonizar o planeta vermelho. E no final de Setembro do ano passado mostrou como é que será possível ali construir uma cidade auto-sustentável.
Para este próximo passo gigante para a humanidade serão precisas três coisas: reutilização plena dos foguetes, reabastecimento das naves em órbita e produção de combustível em Marte, explicou o empreendedor nascido na África do Sul perante uma plateia de cientistas, engenheiros e responsáveis governamentais que marcaram presença no 67.º Congresso Astronáutico Internacional, na cidade mexicana de Guadalajara.
Numa apresentação intitulada "Fazer do ser humano uma espécie multiplanetária", Musk salientou, citado pela Bloomberg, que produzir combustível em Marte é um aspecto-chave para fazer baixar os custos das viagens. A este propósito, disse acreditar que um dia cada bilhete entre o planeta Terra e Marte – uma viagem de aproximadamente 230 milhões de quilómetros – custará apenas 200.000 dólares, quando actualmente o custo por pessoa ronda os 10 mil milhões de dólares.
Entretanto, recentemente, o empreendedor colocou sobre a sua alçada numa nova missão: travar problemas energéticos na Austrália. No sul da Austrália há vários problemas ao nível energético. Apagões têm vindo a assolar a região. De acordo com o The Guardian, os consecutivos apagões registados desde Setembro de 2016 têm levado a grandes disputas políticas. E Musk diz que os consegue resolver. Em 100 dias. Musk subiu mesmo a parada e disse que, se não conseguir resolver os problemas, colocará na região um sistema de armazenamento de baterias de 100MW de forma gratuita.