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3 minutos para saber o tipo de sangue

Uma start-up portuguesa desenvolveu uma solução que, através de uma gota de sangue, consegue detectar o tipo sanguíneo de uma pessoa em três minutos.

Bruno Simão
08 de Julho de 2016 às 10:21
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Um algoritmo e três minutos. Esta é a chave da Criam, uma start-up biotecnológica portuguesa, que desenvolveu uma solução para identificar o tipo de sangue humano em três minutos.

Vítor Crespo, um dos três co-fundadores da empresa, explica que a parte inicial do processo de análise é semelhante ao que se realiza nos hospitais. Nestes locais, na maioria dos casos, demora cerca de 40 minutos. Porém, a segunda parte do processo é que faz a diferença. "Uma pessoa tira uma gota de sangue, a máquina divide-a em seis. Depois coloca cada uma destas seis partes numa placa de teste e mistura-lhe os reagentes adequados. Faz uma mistura durante três minutos e, no final, tira uma fotografia. Até aqui, é tudo mecânico e não há nada de proprietário. Quando tiramos a fotografia, a mais-valia é conseguir ver por visão computacional e, com os padrões que existem, qual é o tipo de sangue", explica Vítor Crespo.

Este dispositivo pode trazer vantagens em situações de acidentes em que os médicos necessitam, com urgência, de saber o tipo de sangue do paciente. O "O negativo", dada a elevada compatibilidade, é muitas vezes aplicado nos doentes quando o médico não sabe qual é o tipo de sangue. Porém, o "O negativo" é um tipo de sangue que não é muito comum e a sua elevada utilização pode gerar escassez.
cotacao A nível hospitalar, a mais-valia é sermos menos dispendiosos do ponto de vista de investimento no dispositivo. Do ponto de vista móvel, não há ninguém que o faça. Vítor Crespo Co-fundador Criam
Uma das vantagens desta solução da start-up de Braga é também a mobilidade, tendo em conta o seu peso de cerca de dois quilos. "Utilizando aquilo que os profissionais de saúde já sabem, automatizamos o processo tanto ao nível de hospital como ao nível de unidade móvel", sublinha o responsável. "Ao nível hospitalar, a mais-valia é sermos menos dispendiosos do ponto de vista de investimento no dispositivo [os que existem custam cerca de 500 mil euros]. Do ponto de vista móvel não há ninguém que o faça", acrescenta.

Vítor Crespo assume também que, em termos de inovação, o ponto forte da "solução está no algoritmo de detecção por visão computacional" que foi criado para identificar a fotografia. Além da análise aos tipos de sangue, a equipa acredita que, com este método, seja possível, no futuro, identificar doenças.

Foco nos hospitais

A empresa incubada na Startup Braga já realizou vários testes e tem um protótipo funcional da máquina testado e validado. Para fazerem um protótipo final, que possa ser certificado, a empresa precisa de investimento. Algo em que está a trabalhar actualmente.

"Prefiro ser conservador e [apontar que] durante a primeira metade de 2017 teremos o protótipo, o certificado do ponto de vista de Comissão Europeia e começaremos o processo" na FDA, que é a entidade norte-americana responsável pelo controlo de alimentos e medicamentos", respondeu quando questionado sobre quando a solução poderia chegar ao mercado.

Vítor Crespo assume que, para já, os principais destinatários da solução são os hospitais com ambulâncias e helicópteros.

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