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Venture Catalysts: Tecnologia para apoiar e vender

Ajudar os investigadores portugueses a comercializarem as suas tecnologias é o grande objectivo da "startup". Negócios de escala global e produtos inovadores são os principais critérios de selecção.

28 de Fevereiro de 2013 às 11:40
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Bruno Santos, Rafael Simão, Hugo Ramos | Três dos fundadores da Venture Catalysts.

 

 

A ideia da Venture Catalysts nasceu em Madrid para promover a comercialização da tecnologia portuguesa no mundo. Bruno Santos, Agostinho Almeida, Hugo Ramos, João Ferreira e Rafael Simão estavam a participar na semana internacional do MBA da Porto Business School, na capital espanhola, quando decidiram avançar com um projecto empresarial comum.


Durante as aulas, tiveram oportunidade de trabalhar em conjunto e a empatia foi crescendo. Vinham de áreas de formação tão distintas como a Economia, Química, Biologia ou Engenharia, o que não os impediu de identificar uma paixão comum.


Foi no decorrer do programa COHiTEC (acção de formação promovida pela Cotec Portugal - Associação Empresarial para a Inovação), na fase final do MBA, que descobriram a área na qual gostariam de trabalhar: comercialização de tecnologias através do empreendedorismo de base tecnológica. O que é quer isto dizer? Que ajudam os investigadores a lançarem empresas que vendam as suas invenções.


"As universidades focam-se na passagem e venda do conhecimento que é gerado pelos investigadores, mas nós utilizamo-lo para estabelecer parcerias", explica Bruno Santos, sócio-gerente da "startup". Os investigadores têm a oportunidade de criar uma sinergia com a Venture Catalysts em vez de venderem as suas patentes a outras empresas do mercado.


"Temos que sentir uma empatia e partilha dos mesmos valores com os investigadores porque são as pessoas com quem vamos trabalhar durante os próximos cinco, seis ou sete anos", refere Bruno Santos. Em troca do apoio na constituição da empresa, a Venture Catalysts fica com uma fatia do seu capital social.


"A nossa proposta é a de que os investigadores fiquem sempre com a maioria do capital e, quando vendermos a nossa parte, recebemos o lucro do investimento." Foi esta a formula que os promotores encontraram para ajudarem as empresas de base tecnológica a desenvolver-se: durante os anos que durar a parceira, o investigador não paga nada à Venture Catalysts.

 

"O facto de não sermos consultores mas promotores, em conjunto com o empreendedor, leva a um comprometimento total com os projectos e a uma partilha total do risco", adianta Bruno Santos.


O caso dos submarinos
Não é qualquer tecnologia que cativa o interesse dos promotores da Venture Catalysts. Para que apostem numa parceria, esta tem de colmatar uma necessidade do mercado, ser transformável num produto e capaz de actuar numa escala global. "Tem de ser uma tecnologia única e exclusiva, que possa ser patenteada, e operar em qualquer mercado", acrescenta.


O objectivo dos cinco jovens é o de lançar um projecto de base tecnológica e de escala global, por ano. Com menos de um ano de actividade, a Venture Catalysts criou a Abyssal, uma empresa que desenvolve sistemas de navegação para submarinos controlados remotamente, está numa segunda fase de financiamento.


"A Abyssal comercializa um sistema de navegação subaquático para fazer reparações em plataformas petrolíferas, no meio do mar", explica. Bruno Santos conheceu o promotor da tecnologia no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e percebeu que o projecto se enquadrava nos critérios de selecção da empresa.


Começaram a trabalhar juntos, desenvolveram um plano de negócios e apresentaram-no a várias capitais de risco. O investimento veio da Portugal Ventures. "O trabalho que desenvolvemos requer um elevado nível de confiança entre o promotor e a Venture Catalysts", adianta Bruno Santos.


Os custos de desenvolvimento do protótipo são partilhados pela empresa e pelo investigador. O dinheiro que investem advém de fundos próprios, receitas adquiridas de "workshops" e outras formação que dão na área do empreendedorismo tecnológico.


A estratégia da empresa passa pela internacionalização e prioridade vai para a América do Sul. "Neste momento, estamos representados no Brasil e Colômbia, duas economias emergentes com relevância no panorama mundial", conta. Em 2011, participaram no Start-Up Chile, um programa do governo chileno que pretende atrair "startups" com potencial para o país.

 

 
Bilhete de identidade
EmpresaVenture Catalysts 

Área de actividade Criação de negócios de base tecnológica
Início de actividade 2011
Estratégia de combate à crise Aposta em negócios de escala global com uma exposição reduzida ao mercado português.
Maiores dificuldades Ultrapassar a falta de reputação de uma empresa recém-criada, que queria afirmar-se como potenciadora de novos negócios de base tecnológica.




Passagem pelo Chile
Em 2011, a Venture Catalysts concorreu ao Start-Up Chile, um programa do governo chileno que pretende atrair "startups" com potencial para aquele país. 
 

"A internacionalização é uma linha estratégica que a Venture Catalysts traçou desde a sua génese", adianta Bruno Santos.


Como primeiro alvo, definiram a América do Sul. Segundo o promotor, trata-se de uma região em expansão económica e crescimento a nível de infra-estruturas e investimento em I&D (Investigação e Desenvolvimento).


Bruno Santos explica que o Start-Up Chile surgiu como uma oportunidade para suportar a internacionalização e estar junto de empresas que necessitam dos serviços da Venture Catalysts. "A possibilidade de poder estar em contacto com empreendedores que desenvolveram ideias disruptivas, provenientes dos cinco continentes é, sem dúvida, a principal mais-valia que retiramos desta experiência."

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