Notícia
Tradição que gera inovação
Objectos tradicionais, ingredientes culinários típicos ou uma matéria-prima tradicionalmente associada a um país não têm de ser objectos do passado. Três empresas partiram daqui, usaram a imaginação, a investigação e a inovação e acabaram por criar produtos novos.
04 de Agosto de 2011 às 10:41
Chocolate negro com recheio de licor de medronho. Esta é apenas uma das combinações que a Mestre Cacau, uma empresa sedeada em Beja, criou com uma receita muito simples: aliar os produtos da terra - o Alentejo - ao chocolate. Para levar este projecto avante, Célia e João Dias tiveram de passar um caminho difícil, bateram a muitas portas e ouviram muitas vezes "não".
"Uma loja de chocolates no Alentejo é para fechar", diz Célia Dias, em tom de brincadeira, explicando que foi difícil dar andamento a este projecto, por ser pioneiro na região.
Também Ana Sousa Dias foi pioneira em lançar um projecto que coloca Portugal e os portugueses no centro das atenções. "Desenhado por portugueses, feito em Portugal" é o lema da Alma Loja, uma loja, ou "um projecto" - como Ana Sousa Dias prefere dizer - que vende e expõe os objectos que mostram "o melhor lado dos portugueses".
A Alma Lusa vende produtos de marca própria, idealizados por Ana Sousa Dias, que também dá espaço a outros artistas para que possam mostrar o seu trabalho nas lojas Alma Lusa, num ambiente que promove o que é português.
Um produto bem português é, sem dúvida. E portuguesa é, também, a cortiça, uma matéria-prima que tem um peso importante nas exportações de Portugal e que a Corticeira Amorim, a maior empresa do sector decidiu usar de uma forma inovadora. "Não se chega a líder mundial sem acrescentar valor", explica Carlos de Jesus, director de comunicação da empresa. Aliando a inovação à investigação e desenvolvimento, nasceu a Amorim Cork Composites que fabrica produtos como pavimentos, objectos para uso doméstico e de escritório e, também, calçado.
A necessidade aguça o engenho
Afinal, "a necessidade aguça o engenho", comenta Ana Sousa Dias, da Alma Lusa, explicando como muitas vezes surgem os negócios inovadores. Uma frase que encaixa na situação que Célia e João Dias, casados, estavam a viver em 2003.
A necessidade, neste caso, era um desejo: criar o próprio negócio. E o engenho acabou por ser uma forte aposta na inovação, aliando produtos tradicionais do Alentejo, como o azeite, o medronho, o vinho ou o alecrim, ao chocolate belga da Callebaut. Foi do sonho de criar um negócio próprio que surgiu a Mestre Cacau, uma empresa onde os sabores nascem da inovação de combinações que poderiam ser impensáveis à primeira vista.
Já Ana Sousa Dias vê na necessidade de mostrar ao país e a quem o visita uma forma de aguçar o engenho daquilo que por cá se faz: "É preciso pegar no nosso lado bom e potenciá-lo", defende.
Nas quatro lojas que a Alma Lusa tem em Lisboa, há peças de joalharia criadas por arquitectos, bolsas feitas a partir de restos de estofos de automóveis e brinquedos para crianças feitos - e pensados ao pormenor - com materiais reciclados.
Sendo duas empresas distintas, a Alma Lusa e a Amorim Cork Composites partilham um lema: a funcionalidade dos objectos que criam. Ana Sousa Dias explica que, ao criar um molde para um artigo, ele tem de ser rentável. Também a Amorim Cork Composites vê na funcionalidade dos seus produtos um importante objectivo a alcançar para poder alcançar o seu público-alvo e criar valor com as peças que produz.
No caso da Alma Lusa, um exemplo desta aposta na funcionalidade é o "Galo de Barcelos by Alma Lusa". A forma foi simplificada e os moldes são usados em todos os galos, mudando apenas a cor de cada um. Os galos, fabricados em cerâmica, foram inicialmente concebidos como objecto de decoração, mas, com o mesmo molde, Ana Sousa Dias, em conjunto com a Viarco - uma empresa que também vende os seus produtos nas lojas da Alma Lusa - concebeu lápis coloridos que escrevem na cerâmica e que se podem apagar e voltar a usar, para que cada pessoa decore o seu galo ao seu gosto, explica Ana Sousa Dias.
Na Amorim Cork Composites, a funcionalidade de um produto está por hábito associada ao "design". "É impensável produzir sem preocupação com o 'design'", defende Carlos de Jesus, acrescentando que este aspecto "é fundamental para criar valor acrescentado".
"Uma loja de chocolates no Alentejo é para fechar", diz Célia Dias, em tom de brincadeira, explicando que foi difícil dar andamento a este projecto, por ser pioneiro na região.
A Alma Lusa vende produtos de marca própria, idealizados por Ana Sousa Dias, que também dá espaço a outros artistas para que possam mostrar o seu trabalho nas lojas Alma Lusa, num ambiente que promove o que é português.
Um produto bem português é, sem dúvida. E portuguesa é, também, a cortiça, uma matéria-prima que tem um peso importante nas exportações de Portugal e que a Corticeira Amorim, a maior empresa do sector decidiu usar de uma forma inovadora. "Não se chega a líder mundial sem acrescentar valor", explica Carlos de Jesus, director de comunicação da empresa. Aliando a inovação à investigação e desenvolvimento, nasceu a Amorim Cork Composites que fabrica produtos como pavimentos, objectos para uso doméstico e de escritório e, também, calçado.
A necessidade aguça o engenho
Afinal, "a necessidade aguça o engenho", comenta Ana Sousa Dias, da Alma Lusa, explicando como muitas vezes surgem os negócios inovadores. Uma frase que encaixa na situação que Célia e João Dias, casados, estavam a viver em 2003.
A necessidade, neste caso, era um desejo: criar o próprio negócio. E o engenho acabou por ser uma forte aposta na inovação, aliando produtos tradicionais do Alentejo, como o azeite, o medronho, o vinho ou o alecrim, ao chocolate belga da Callebaut. Foi do sonho de criar um negócio próprio que surgiu a Mestre Cacau, uma empresa onde os sabores nascem da inovação de combinações que poderiam ser impensáveis à primeira vista.
Já Ana Sousa Dias vê na necessidade de mostrar ao país e a quem o visita uma forma de aguçar o engenho daquilo que por cá se faz: "É preciso pegar no nosso lado bom e potenciá-lo", defende.
Nas quatro lojas que a Alma Lusa tem em Lisboa, há peças de joalharia criadas por arquitectos, bolsas feitas a partir de restos de estofos de automóveis e brinquedos para crianças feitos - e pensados ao pormenor - com materiais reciclados.
Sendo duas empresas distintas, a Alma Lusa e a Amorim Cork Composites partilham um lema: a funcionalidade dos objectos que criam. Ana Sousa Dias explica que, ao criar um molde para um artigo, ele tem de ser rentável. Também a Amorim Cork Composites vê na funcionalidade dos seus produtos um importante objectivo a alcançar para poder alcançar o seu público-alvo e criar valor com as peças que produz.
No caso da Alma Lusa, um exemplo desta aposta na funcionalidade é o "Galo de Barcelos by Alma Lusa". A forma foi simplificada e os moldes são usados em todos os galos, mudando apenas a cor de cada um. Os galos, fabricados em cerâmica, foram inicialmente concebidos como objecto de decoração, mas, com o mesmo molde, Ana Sousa Dias, em conjunto com a Viarco - uma empresa que também vende os seus produtos nas lojas da Alma Lusa - concebeu lápis coloridos que escrevem na cerâmica e que se podem apagar e voltar a usar, para que cada pessoa decore o seu galo ao seu gosto, explica Ana Sousa Dias.
Na Amorim Cork Composites, a funcionalidade de um produto está por hábito associada ao "design". "É impensável produzir sem preocupação com o 'design'", defende Carlos de Jesus, acrescentando que este aspecto "é fundamental para criar valor acrescentado".