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Tradição conservada

O fim da segunda guerra mundial, a guerra do "Ultramar", o florescimento da indústria do peixe congelado, a chegada dos hipermercados … todos estes acontecimentos marcaram a história da Conserveira de Lisboa, traduzindo enormes oportunidades de negócio ou enormes desafios.

10 de Março de 2011 às 12:49
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O fim da segunda guerra mundial, a guerra do "Ultramar", o florescimento da indústria do peixe congelado, a chegada dos hipermercados … todos estes acontecimentos marcaram a história da Conserveira de Lisboa, traduzindo enormes oportunidades de negócio ou enormes desafios.

O fim da segunda grande guerra trouxe a explosão da indústria e um período áureo para o negócio das conservas. As guerras nas colónias também despoletaram uma grande saída de produtos.

Quando chegaram os hipermercados e, ainda antes disso, a indústria dos congelados, a procura de conservas em lojas tradicionais como a Conserveira de Lisboa minguou. Por essa altura os portuguesas também andavam de costas voltadas para este género de produtos, pouco reconhecidos como iguarias. Quem diria que anos mais tarde alguns se tornariam presença habitual em lojas gourmet e que as latas de conserva acomodariam novas combinações de sabor. A Conserveira tentou construir esse percurso e foi por essa via que se manteve no activo. Conseguiu manter marcas criadas em meados do século passado, como a Tricana, Prata do Mar e Minor e soube esperar até que o reconhecimento pela qualidade dos produtos e a graça dos traços antigos das embalagens e do saber fazer voltasse a dar conforto ao negócio.

Como explica Regina Cabral Ferreira, uma das donas da Conserveira e representante da segunda geração da família fundadora, a clientela das suas conservas é heterogénea - entre muitos turistas em visita, alguns a comprar e consumidores nacionais - e também se faz à custa de uma preocupação crescente dos consumidores com hábitos alimentares mais saudáveis. Junta-se-lhe a vontade de descobrir novos sabores e a empresa tem tentado dar-lhes resposta.

As conservas de lampreia do rio Minho são um exemplo, ou as mousses de bacalhau ou sardinha picante, uma espécie de versão melhorada dos tradicionais pates. Ao interior das latas chegam produtos escolhidos com o cuidado e técnicas de sempre, assegura. A realidade do futebol pouco tem a ver com a das conservas, mas aqui também há "olheiros" a percorrer as fábricas do norte do país, para selecionar os lotes de peixe mais adequados, garante Regina, que está hoje no negócio com os filhos e um sócio. A gestão tripartida do negócio segue o mesmo modelo desde 2004 e daí em diante várias pequenas grandes mudanças permitiram que a imagem da loja de interesse municipal se mantivesse, mas a essência mudasse. O actual sócio modernizou a organização administrativa "permitindo um grande salto qualitativo". As preocupações com o marketing e o design também ganharam forma, essencialmente pela mão da filha, Maria Ferreira. Casa arrumada só falta perguntar: Planos para o futuro? Basicamente, não estragar o presente. Aprimorar a qualidade e continuar a reconhecer clientes quando regressam à loja dois anos após uma primeira visita.




"Hoje voltámos a todas as mesas"
Regina Cabral Ferreira representa a segunda geração da Conserveira de Lisboa
Empresa Conserveira de Lisboa
Facturação 500 mil euros
Loja Lisboa
Produtos Conservas de peixe

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