Quando o ex-empregado de hotelaria Nuno Lobão e o engenheiro agrónomo Nuno Pereira criaram a Ecoseiva estavam conscientes da importância de se manterem fiéis ao plano de negócio e só correr riscos bem calculados. As terras já tinham, mas à parte isso era preciso fazer tudo. No caso de Nuno Lobão, até mesmo obter alguma formação na área. Competências adquiridas usaram os apoios financeiros disponíveis e o mínimo possível de mão-de-obra extra para preparar os três hectares iniciais de cultivo, mais meio hectar de estufas e lá foram desenvolvendo o negócio sempre com a noção de que tinham de manter os custos controlados, mas não podiam abdicar de crescer se queriam ganhar capacidade para multiplicar pontos de venda e extrair mais algum lucro da actividade. A área de estufas duplicou e foi alugada uma quinta com 16 hectares que tem vindo a ser preparada para reforçar a área produzida. Cinco hectares já servem para fazer nascer hortícolas.

Nuno Lobão reconhece que os primeiros anos do negócio não foram fáceis. As despesas são elevadas e o constante investimento na expansão da área produzida tem consumido sempre alguns recursos, financeiros e físicos. Para optimizar ao máximo a mão-de-obra disponível, que na região por vezes também escasseia, os dois sócios têm assumido vários papéis, de agricultores e comerciantes, passando pelo trabalho de secretária. As três pessoas que vão dando uma ajuda no negócio (a tempo parcial) só estão ligadas ao trabalho da terra. Planos para o futuro, existem e passam pelos legumes e pela fruta que têm ocupado as 12 horas diárias de trabalho de Nuno Pereira e Nuno Lobão, em alguns meses de Verão. Apostar na área da transformação é um dos projectos em carteira, que permitiria explorar novas áreas e reduzir o desperdício. Mais prioritário é o plano que esperam operacionalizar já no início deste ano, de levar os seus produtos a um maior número de mercados. O objectivo é vender directamente na zona de Lisboa onde já estão através de alguns parceiros.