E se o software educativo fosse mais do que uma simples forma de ajudar a desenvolver competências cognitivas? E se, para além disso, atender aos aspectos emocionais e relacionais da aprendizagem, introduzindo o conceito de companheiros virtuais, capazes de migrar entre o PC, o telemóvel, …? Num cenário desse género deve haver dedo do LIREC: LIving with Robots and intEractive Companions e da Cnotinfor. A empresa portuguesa é uma das participantes no projecto de I&D do 7º Programa Quadro Europeu, que pretende estudar a forma como o ser humano pode estabelecer relações de longo prazo com robots e companheiros virtuais e as implicações que isso pode ter no seu desenho, construção e usabilidade.

O projecto é só um entre os vários que a empresa tem integrado desde que nasceu em 1988, para desenvolver uma oferta na área das soluções integradas e especializadas para o ensino e a aprendizagem. Neste leque inclui-se hoje "software, formação, acompanhamento e avaliação", como explica Secundino Correia, responsável pela área de inovação do grupo.

No percurso até aos dias de hoje, a ligação às universidades e centros de pesquisa na Europa e no Brasil fazem a história da empresa que sempre tem estado ligada a projectos de investigação e a parceiros que lhe permitem saltar fronteiras. Também por isso a aposta forte na internacionalização tem sido estratégica, embora por enquanto este seja um objectivo que se reparte apenas entre Angola e Brasil.

Para estes países a Cnotinfor procura fazer a transferência de conhecimentos, adaptando-os às realidades educativas dos países lusófonos, bem como posicionar o seu software educativo inclusivo e de formação na educação pré-escolar, ensino básico e na educação especial, no espaço da lusofonia.

Portugal é o berço das ideias, que se desenvolvem e transformam em produtos a partir de Coimbra, com a ambição de ganhar um peso crescente no mercado nacional. Por cá o investimento em software educativo tem sido "praticamente inexistente", lamenta Secundino Correia, que reconhece a importância do Plano Tecnológico da Educação, mas também nota que este tem colocado pouco foco nos conteúdos. "O Plano Tecnológico da Educação investiu muitíssimo em hardware e infra-estruturas, muito pouco em formação e nada em software educativo". Enquanto espera por mais oportunidades a nível nacional a empresa diversifica mercados.