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Luís Portela aposta em David Learmonth
Luís Portela persegue um sonho: fazer da Bial uma empresa farmacêutica verdadeiramente internacional. É esse objectivo que o move desde que, há 27 anos, assumiu a presidência e o capital da empresa de família e está hoje mais perto de o conseguir.
Luís Portela persegue um sonho: fazer da Bial uma empresa farmacêutica verdadeiramente internacional. É esse objectivo que o move desde que, há 27 anos, assumiu a presidência e o capital da empresa de família e está hoje mais perto de o conseguir. Tão perto que acredita que dentro de 10 anos assim será e que será esse o contributo da Bial para tirar o país do “fundo da fila” da Europa. Para isso conta com uma equipa altamente qualificada.
À frente de um dos núcleos chave para o desenvolvimento de novas moléculas – o laboratório de investigação química, onde seis pessoas representam seis nacionalidades – está David Learmonth, um escocês de 39 anos, doutorado em Química pela Universidade de Glasgow, há 13 anos a viver em Portugal.
David é, segundo Luís Portela, um exemplo que demonstra aos portugueses que “as fronteiras estão abertas nos dois sentidos” na caça ao talento. Além disso, “é um investigador numa área de grande competitividade e onde estamos a ombrear com as grandes multinacionais farmacêuticas e que optou por fazer carreira dentro das empresas, o que merece a minha admiração”.
David Learmonth confessa que a primeira impressão de Portugal não foi animadora: “Sempre procurei trabalhar na indústria farmacêutica, nunca quis seguir carreira académica e em Portugal não havia muitas empresas a fazer este tipo de investigação. Quando entrei na Bial, em 1994, as condições da empresa eram muito básicas, para usar uma palavra simpática. Era uma realidade bastante diferente do que estava habituado”. Hoje, diz, já é mais parecido com as empresas de referência.
O que move David? “O meu grande objectivo é participar num projecto de investigação que dê origem a um medicamento que entre no mercado mundial”. O novo antiepiléptico da Bial é o mais perto que já esteve de alcançar o objectivo. Quanto a Portugal, considera que está atrasado na área tecnológica e não fez grandes avanços nos últimos anos. E que devia esforçar-se para atrair mais investimento estrangeiro nestas áreas. Não é pessimismo, é apenas realismo.