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Prisa contrata Morgan Stanley para vender Media Capital por 450 milhões
Segundo o El Confidencial, a Prisa já contratou o banco de investimento para vender a Media Capital, que tem na lista de interessados não só a Altice mas também a Sonae.
A Prisa quer mesmo vender a Media Capital e já contratou o Morgan Stanley para levar a cabo essa alienação, com a qual pretende encaixar 450 milhões de euros. A notícia é avançada pelo El Confidencial, dois dias depois de a Bloomberg ter noticiado que a Altice está a estudar lançar uma oferta pela dona da TVI.
O jornal espanhol, que refere várias fontes financeiras e accionistas da Prisa, adianta que, após o fracasso da venda da editora de livros Santillana, a administração do grupo que detém também o El País tem sido pressionada para se desfazer da Media Capital e utilizar o dinheiro para pagar parte dos 958 milhões de euros em obrigações que vencem em 2018.
Apesar de, em entrevista à EFE, Juan Luís Cebrián (na foto), presidente da Prisa, ter garantido há uns meses que o grupo não pretendia vender mais nenhum activo, após ter colocado a Santillana no mercado, a empresa já contratou o Morgan Stanley para encontrar compradores para a sua participação de 95% na Media Capital "com urgência", segundo a mesma fonte.
Na quarta-feira, a Bloomberg já havia noticiado que a Prisa estava a intensificar os esforços para vender a dona da TVI, e que a Altice está interessada em apresenta uma oferta pela empresa que controla também a Rádio Comercial.
Além da Altice, o El Confidencial aponta a Sonae como outra das empresas interessadas em comprar a Media Capital.
Numa nota de análise divulgada esta manhã, o BPI considera que a eventual aquisição da Media Capital pela Sonae "poderia ter uma forte lógica estratégica para a NOS, na qual a Sonae controla com uma participação de 26% através de um veículo chamado ZOP". "A potencial aquisição seria um investimento considerável, longe do negócio central da Sonae e, portanto, pensamos que o mercado poderia questionar a alavancagem resultante e o nível significativo de diversificação longe do foco no retalho apreciado até agora", acrescentam os analistas.
O objectivo do grupo espanhol é encaixar 450 milhões de euros, um valor próximo do limite superior da avaliação que a Prisa faz da empresa, entre 300 e 500 milhões de euros, e da avaliação que o BPI tem da Media Capital, entre 270 e 480 milhões de euros.
Essa avaliação tem sido precisamente o entrave à alienação da Media Capital, que apresenta uma capitalização bolsista de 240 milhões de euros.
As acções da Prisa descem 4,07% para 2,145 euros, elevando para mais de 24% a desvalorização acumulada desde o início da semana.