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Analistas consideram elevado preço que Prisa pretende pela Media Capital
Os valores que circulam na imprensa, e que apontam para que a Prisa esteja a tentar vender a Media Capital por 450 milhões, “parecem muito difícil de alcançar”. As notícias não são positivas para Nos, consideram os analistas.
Segundo o El Confidencial, a Prisa já contratou o Morgan Stanley para vender a Media Capital, que tem na lista de interessados não só a Altice mas também a Sonae.
Os analistas avaliam estes cenários, considerando, por um lado que o valor é elevado e, por outro, que as notícias não são positivas para o sector de telecomunicações.
A Sonae já detém alguns activos de media e uma potencial compra da Media Capital pode ter um racional estratégico maior para a Nos, da qual a Sonae detém 26% através de um veículo chamado ZOP (com o resto do capital a ser detido por uma holding de Isabel dos Santos)
"A potencial aquisição representará um investimento considerável", fora do negócio core da Sonae e, "por isso pensamos que o mercado pode questionar quer a alavancagem resultante quer o nível significativa de diversificação" dos investimentos da Sonae, que se tem focado no retalho, algo que tem sido "apreciado".
Os 450 milhões de euros mencionados com o objectivo da Prisa para vender a posição de 95% da Media Capital correspondem a uma avaliação do total do capital empresa que detém a TVI em 475 milhões de euros, o que eleva para 580 milhões de euros o valor da empresa, um valor "que parece muito difícil de alcançar", realçam os analistas do BPI.
Já o CaxaBI considera que "um múltiplo de 10x EBITDA para a Media Capital (assumindo um EV médio de 400 milhões de euros) possivelmente já implica um prémio de aquisição/controlo". Extrapolando estes cálculos para a Impresa, o analista Artur Amaro considera que "a mesma métrica possa não ser suficientemente atractiva."
O CaixaBI considera que "esta notícia não é positiva para a NOS e para o sector, e caso este cenário se venha a concretizar, implicará possivelmente menor geração futura de ‘cash-flow’ e menores margens EBITDA."
As acções da Impresa, que têm subido para máximos de Março de 2016, seguem hoje em queda, a perder 0,90% para 0,332 euros. Já a Media Capital ainda não negociou qualquer acção esta sessão, como é habitual. Este ano, só trocaram de mãos acções da Media Capital em 17 dias, algo que é justificado pelo facto de haver muito poucos títulos disponíveis no mercado. Já a Cofina, que detém o Negócios e o Correio da Manhã, segue estável nos 0,40 euros.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.