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Poiares Maduro: Novo contrato de concessão reforça "independência” da RTP
O novo contrato de concessão da RTP foi assinado esta sexta-feira. Poiares Maduro, ministro que tutela o sector, garante que não haverá influências político-partidárias. E para o novo presidente executivo, Gonçalo Reis, reforça as “obrigações de serviço público nas várias plataformas”.
"A RTP inicia hoje um novo capítulo da sua história". Foi assim que Poiares Maduro, ministro que tutela o sector, caracterizou o momento da assinatura do novo contrato de concessão de serviço público de rádio e televisão esta sexta-feira, 6 de Março.
O novo acordo, assinado pelo Estado, pelo presidente do conselho geral independente (CGI), António Feijó, e pela nova administração da empresa liderada por Gonçalo Reis, vai permitir que a RTP ganhe maior independência, ambição e competência", disse o governante durante a cerimónia.
Esta é a primeira vez que o contrato de concessão do serviço pública junta o serviço de rádio e televisão no mesmo documento conta com um regulador de fiscalização e supervisão (o CGI). O que na opinião de Gonçalo Reis "é um factor de civilização. Está de acordo com as tendências dos países mais civilizados", reforça.
O novo acordo também traz mudanças ao nível do financiamento que será baseado sobretudo nas contribuições dos cidadãos através da contribuição do audiovisual, sem as compensações indemnizatórias", explicou o presidente da RTP.
Questionado sobre se este ‘bolo’ será suficiente para o projecto estratégica do novo conselho administrativo, Gonçalo Reis refere que "é o enquadramento com o qual jogamos". "Vai depender da capacidade da gestão encontrar manerias da RTP prestar um serviço público diferenciado e ao mesmo tempo ter eficiência organizativa que lhe permita encaixar dentro dos montantes definidos. Essa é a nossa obrigação de gestão".
Poiares Maduro sublinhou por diversas vezes este novo modelo "garante a independência do serviço público" e que "não corresponde à cultura instalada há vários anos em Portugal".
"No contexto anterior havia riscos de interferência politica, não apenas a credibilidade do serviço público era diminuída mas também em certo sentido a sua estabilidade. Todos os debates de serviço público eram transformados em debates políticos", sustentou.
O novo contrato de concessão estava para ser assinado há pelo menos seis meses, mas na altura, a anterior administração, liderada por Alberto da Ponte, tinha feito depender a sua assinatura das projecções financeiras.