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Imparidades na venda das revistas arrastam Impresa para prejuízos de 21,6 milhões
A Impresa fechou o ano de 2017 com um prejuízo superior a 21,6 milhões de euros, devido à venda das revistas, que provocou imparidades de 21,96 milhões de euros. O encaixe da operação só será reflectido nas contas de 2018.
A Impresa terminou o ano passado com um prejuízo de 21,65 milhões de euros, o que compara com o lucro de 2,76 milhões de euros registados em 2016, revelou esta terça-feira, 6 de Março, a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão em comunicado.
Este prejuízo avultado é justificado pelas imparidades geradas pela venda das revistas, imparidades essas que ascenderam a 21,96 milhões de euros, revela a empresa. A Impresa concretizou a venda da unidade de revistas à Trust in News, de Luís Delgado, por 10,2 milhões de euros. Uma operação que só foi concretizada no início deste ano, pelo que o encaixe com a operação só será reflectido nas contas do primeiro trimestre de 2018. Já as imparidades foram registadas ainda em 2017, o que justifica os resultados agora reportados.
Excluindo as imparidades, a Impresa teria fechado o ano com um lucro de 1,5 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 44% face a 2016. Um número que fica aquém das estimativas do CaixaBI, que apontava para um aumento de lucros para 4,8 milhões de euros.
O EBITDA da dona da SIC e do Expresso caiu 11% para 13,8 milhões de euros, enquanto a margem de EBITDA recuou de 7,5% para 6,8%.
Em termos de receitas, a Impresa reportou uma quebra de 2% para um total de 201,8 milhões de euros, num período em que a maior quebra foi registada na área de publishing (-4,7%). A outra área onde as receitas caíram foi na televisão, com o volume de negócios gerado por esta unidade a recuar 1,6% para um total de 153,7 milhões de euros.
A travar a queda das receitas esteve a publicidade, onde o volume de negócios aumentou até 2,6%, tudo o resto registou quebras, com especial destaque para as "outras receitas" onde se incluem os produtos alternativos e as chamadas de custo adicional.
As receitas de circulação recuaram 0,5%, com a dona do Expresso a justificar esta queda com "aumento do preço de venda da maioria das publicações e o crescimento das receitas provenientes das assinaturas".
Sobre o futuro, a Impresa diz que o redimensionamento do grupo "no início de 2018 e as medidas de reestruturação implementadas durante os últimos trimestres, inseridas num contexto macroeconómico mais favorável, permitem antever o reforço da rentabilidade do grupo em termos de EBITDA e resultados líquidos em 2018, e deste modo alcançar o cumprimento dos objectivos do plano estratégico."