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Acções da Impresa afundam mais de 6% após prejuízos
As acções da Impresa estão na cotação mais baixa desde Setembro desse ano, depois de revelados prejuízos superiores a 21 milhões de euros. As imparidades reconhecidas com a venda das revistas foram as responsáveis.
As acções da Impresa iniciaram a sessão de quarta-feira em forte queda, na primeira vez que negociaram após a apresentação dos prejuízos de 21,65 milhões de euros em 2017.
A desvalorização dos títulos da cotada dona da SIC e do Expresso é de 6,55%, o que as leva a transaccionar nos 0,2495 euros. Contudo, já desceram perto de 10%, quando tocaram nos 0,2415 euros. Esta é a cotação mais baixa desde Setembro do ano passado.
A Impresa marca, assim, uma quebra mais profunda do que a marcada pelo índice da bolsa nacional, que também segue no vermelho, mas recuando em torno de 0,20%.
A perda de valor pela empresa presidida por Francisco Pedro Balsemão (na foto) na bolsa deve-se ao registo de imparidades que antecederam a venda do negócio das revistas, em que se inclui a Visão, feita por 10,2 milhões de euros. As imparidades ascenderam a 21,96 milhões de euros para reflectir a diferença entre o valor registado no balanço daquele segmento e o montante recebido.
Assim, os prejuízos da Impresa foram de 21,65 milhões, face aos lucros homólogos de 2,8 milhões, sendo mais negativos do que o esperado pelos analistas.
"Em termos operacionais os resultados da Impresa do quarto trimestre de 2017 não apresentaram surpresas com as receitas ainda sob pressão e diminuição dos custos operacionais. Contudo, os custos de reestruturação e, mais importante, o montante de imparidades registado, conduziram a perdas elevadas no período", sublinha Helena Barbosa, especialista do CaixaBI, na nota de "research" em que comentou os resultados da Impresa.
Também o BPI Equity Research vê diferenças nos resultados em relação às suas estimativas, nomeadamente no que diz respeito aos resultados operacionais (EBITDA – antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). O ponto positivo, diz o analistas Pedro Oliveira, é a redução da dívida acima do esperado, para 178 milhões de euros.
A venda das revistas foi a opção seguida pela empresa de media depois de ter falhado a emissão de dívida no Verão passado.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.