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Estudo sugere que resultados da Google são politicamente tendenciosos

De acordo com um estudo divulgado pelo Wall Street Journal, os resultados apresentados no motor de pesquisa Google apresentam um viés político liberal. Em causa está um possível desvio da opinião pública.

5º Lugar: Google. A gigante tecnológica paga aos seus funcionários em média 153.750 dólares por ano (135.461 euros). Dividido por 14 meses, isto corresponde a 10.982 dólares por mês (9.676 euros/mês).
Bloomberg / Reuters / Getty Images
Negócios 22 de Novembro de 2016 às 12:48
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Um estudo levado a cabo pela CanIRakn.com conclui que os resultados de 50 pesquisas de temas políticos apresentados pelo maior motor de busca do mundo, a Google, apresentam mais páginas conotadas com correntes políticas liberais do que com as conservadoras.

A investigação contou com um painel de quatro pessoas, duas liberais e duas conservadoras, com experiência na área política e na pesquisa online. Cada um dos elementos classificou cada página numa escala de um a cinco, sendo que "cinco" corresponde ao nível considerado politicamente mais conservador.

Do universo de duas mil páginas analisadas, 31% foram classificadas como liberais, 22% como conservadoras, e 47% como neutras, onde se incluem páginas do governo e sites de notícias. Termos como "salário mínimo" apresentaram páginas tendencialmente liberais, e "será que o controlo de armas reduz o crime?" fornece páginas mais conservadoras.

Os resultados de pesquisas de "regulação financeira", "imposto de propriedade" e "reserva federal" apresentam uma mistura de forças políticas nos resultados.

Em resposta, a Alphabet (dona da Google) nega quaisquer acusações de enviesamento. Uma porta-voz da empresa afirma que o motor de busca preocupa-se em fornecer as respostas e resultados mais relevantes para os utilizadores. A empresa afirma que os resultados de pesquisa são gerados por algoritmos que têm em conta "centenas de factores" e "reflectem o conteúdo e a informação que está disponível na Internet".

O Wall Street Journal aponta que o estudo, porém, apresenta algumas fraquezas. A publicação sublinha nomeadamente o painel composto por quatro elementos. Além disso, os resultados são um pouco confusos. A pesquisa revelou mais páginas avaliadas como "liberal" do que "conservadora" numa escala de um a cinco, mas havia mais páginas classificadas como "muito conservadora" do que como "muito liberal".

O estudo reacende a recente discussão sobre a influência de companhias de Internet sobre a informação que passa para os utilizadores. O Facebook, por exemplo, foi recentemente acusado de circular notícias falsas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos.

No verão passado, também a Google foi acusada de favorecer Hillary Clinton ao esconder pesquisas negativas sobre a candidata à Casa Branca. O motor de busca negou.

No passado mês de Dezembro, a Universidade de Maryland conduziu um estudo onde se pôde concluir que a pesquisa por nomes de candidatos democráticos apresentava mais páginas de apoio do que a pesquisa por nomes de candidatos republicanos.

Nock Diakopoulos, jornalista e professor na Universidade de Maryland, tem vindo a estudar algoritmos e é co-autor do estudo que teve em conta dos resultados de pesquisa dos nomes dos candidatos nas eleições dos EUA. "O Google é basicamente um mecanismo de popularidade no sentido em que quanto mais hiperligações tem, maior será a sua classificação", afirma.

Ao contrário do Facebook, o Google raramente apresenta páginas que distribuem propaganda, refere a mesma fonte. No entanto, os investigadores académicos ainda consideram a opacidade dos algoritmos de pesquisa uma preocupação, dado o papel preponderante da Google.

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