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Diretora de jornal faz manchete com o seu despedimento do Crédito Agrícola

A principal notícia da primeira página do Semanário de Felgueiras, esta sexta-feira nas bancas, dá conta do polémico processo de despedimento de uma funcionária da CCAM local que tentou ser candidata aos órgãos sociais da instituição. Em causa está Susana Faria, a diretora do jornal.

Susana Faria. Semanário de Felgueiras
11 de Março de 2022 às 18:19
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"Susana Faria, economista e analista de crédito da Caixa Agrícola (CCAM TSABT) que atua nos concelhos de Felgueiras, Guimarães, Fafe, Lousada, Amarante, Vizela e Celorico, alega que foi despedida da instituição bancária, onde trabalhava há 13 anos, na sequência da sua candidatura" - eis o arranque da notícia que é manchete da última edição do Semanário de Felgueiras, esta sexta-feira, 11 de março.

 

Acontece que Susana Faria é também a diretora do mesmo jornal, facto que nunca é referido no texto, que ocupa quase duas páginas da publicação e não é assinado.  

 

A economista afirma que foi despedida da Caixa de Crédito Agrícola de Terras do Sousa, Ave, Basto e Tâmega (CCAM TSABT) por ter anunciado uma candidatura aos órgãos sociais da instituição, no verão passado. 


"Cinco dias após ter sido noticiada a minha candidatura, em agosto último, fui notificada com a primeira nota de culpa, baseada na divulgação que fiz junto da comunicação social, facto que deu início ao processo disciplinar", conta Susana Faria ao jornal que dirige.

 

Explicou que se seguiram três notas de culpa, tendo em setembro sido informada de que estava suspensa e impedida de entrar no local de trabalho.

 

A 22 de fevereiro passado, foi notificada da decisão de "despedimento por justa causa, sem qualquer indemnização ou compensação", relata.

 

"Fiquei chocada. Todo o procedimento foi antidemocrático, prepotente e de perseguição, num total desrespeito pelo trabalho, enquanto colaboradora, e limitação da minha liberdade enquanto associada", alega Susana Faria.

 

A economista acabou por não ser candidata à CCAM TSABT, mas denunciou ao Banco de Portugal "todas as situações irregulares, injustas e antidemocráticas" ocorridas no ato eleitoral.

 

O processo eleitoral, refere, foi "conturbado e sofreu alguns atropelos", o que originou a apresentação em tribunal de uma providência cautelar invocando ilegalidades e pedindo a sua repetição.

 

O jornal dirigido por Susana Faria contactou a CCAM TSABT para obter "uma reação" sobre esta matéria: "Não pretendemos alimentar narrativas que só tem em vista denegrir a instituição e os seus dirigentes", respondeu aquela entidade bancária, negando que o despedimento da economista esteja ligado às razões invocadas.

 

"Susana Faria foi despedida por justa causa em fevereiro de 2022. Tal ocorrência nada teve a ver com a sua tentativa de candidatura, mas sim com a violação dos deveres laborais, tornando impossível, na prática, manter a relação de trabalho", argumentou.

Ainda em resposta ao Semanário de Felgueiras, a administração da CCAM TSABT afiançou que "o processo de inquérito que deu origem a procedimento disciplinar iniciou-se meses antes da abertura do processo eleitoral e, nessa altura, era do total desconhecimento da CCAM qualquer intenção da ex-colaboradora em tentar apresentar alguma candidatura".

 

"É pois completamente falso que o processo disciplinar e o seu desfecho tenha algo a ver com a hipotética candidatura", rematou a instituição.

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