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Vista Alegre avança com aumento de capital. Ações vão continuar suspensas
A Vista Alegre está a realizar uma operação de aumento de capital no valor de cerca de 15 milhões de euros. A CMVM suspendeu a negociação das ações, aguardando mais detalhes sobre a operação.
O conselho de administração da Vista Alegre aprovou um aumento de capital da empresa, através de "novas entradas em dinheiro e com supressão de direito de preferência dos acionistas", pode ler-se no comunicado emitido esta quarta-feira, 4 de dezembro, minutos antes de o mercado bolsista abrir. A negociação das ações da Vista Alegre está suspensa, por determinação da CMVM.
A operação de aumento de capital arranca hoje e prolonga-se até quinta-feira, tendo como objetivo emitir mais de 15,2 milhões de novas ações, que serão vendidas a "investidores particulares qualificados", através de um "processo de accelerated bookbuilding".
Ações suspensas até preço ser definido
O regulador determinou a suspensão da negociação das ações, algo que se deverá manter até que as condições desta operação estejam fechadas e sejam reveladas ao mercado, nomeadamente o preço, sabe o Negócios.
Tendo em consideração que as ações deverão ser alienadas entre 1 e 1,5 euros, segundo o comunicado emitido hoje, o desconto varia entre 25% e 14,2%, tendo em consideração o preço de fecho das ações na última sessão (1,34 euros)
"O aumento de capital e a oferta ficam sujeitos à procura, ao preço e às condições de mercado", salienta a Vista Alegre, admitindo recuar na operação se não for subscrita uma percentagem considerável deste aumento de capital.
"No contexto da oferta, foi celebrado um contrato de colocação, sem garantia de subscrição, com o CaixaBank, S.A. (como Global Coordinator), o Caixa - Banco de Investimento, S.A., a JB Capital Markets S.V., S.A.U. e a Nau Securities Limited (como Co-Lead Managers)."
O comunicado adianta que há um compromisso, por parte da empresa, de não vender ações durante um período de 180 dias a partir da estreia em bolsa dos novos títulos.
A conclusão da operação, que não está acessível aos investidores de retalho, deverá ser conhecida no dia 5 de dezembro, após o fecho do mercado.
Segundo aumento de capital desde 2018
Esta operação de aumento de capital surge dias depois de a Vista Alegre ter concluído uma emissão obrigacionista, que lhe permitiu pagar empréstimos à banca. Com estas operações, a empresa, detida em mais de 90% pela Visabeira, deixou de estar inibida de distribuir dividendos pelos acionistas, o que aumenta a atratividade da empresa para potenciais investidores.
Nuno Marques, que é presidente da Vista Alegre e CEO da Visabeira, já tinha admitido em abril que o grupo pretendia "primeiro pagar a dívida", que desbloqueie a proibição de pagar dividendos até 2026, para depois ponderar um aumento de capital.
Em novembro do ano passado, a Vista Alegre avançou com uma operação de aumento de capital, no valor de cerca de 17 milhões de euros. Este aumento de capital tinha uma parte dirigida a institucional e outra ao retalho. O objetivo era aumentar o capital e posteriormente a dispersão em bolsa. Contudo as condições do mercado tornaram-se muito adversas e levaram ao cancelamento da operação – de recordar que o final do ano passado foi duro para os investidores, com quedas avultadas nas bolsas.
O objetivo da Vista Alegre é claro. A empresa quer ganhar protagonismo na bolsa e entrar na "primeira liga" da praça nacional, ou seja, passar a integrar o PSI-20, tal como assumiu no ano passado o CEO da Visabeira.
(Notícia atualizada pela última vez às 11:00 com mais informações)