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Vista Alegre conclui aumento de capital com “desconto” de 25%. Procura supera a oferta

A Vista Alegre concluiu o aumento de capital, tendo encaixado cerca de 15 milhões de euros, com a procura a superar a oferta. O preço de venda das ações foi de 1 euro, o valor mais baixo do intervalo e que implica um desconto de 25% face à cotação em bolsa.

Miguel Baltazar
05 de Dezembro de 2019 às 18:07
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A Vista Alegre revelou que o aumento de capital, realizado através de um processo de accelerated bookbuilding foi concluído, tendo garantido um encaixe de 15,24 milhões de euros, de acordo com o comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

O preço final de venda das ações foi de 1 euro, tal como o Negócios avançou na quarta-feira. Este foi o preço mais baixo do intervalo a que a Vista Alegre admitiu alienar as ações (entre 1 e 1,15 euros). Este preço representa um desconto de 25% face ao valor de fecho das ações (1,34 euros) no último dia em que negociaram, que foi na terça-feira. As ações da Vista Alegre estão suspensas desde quarta-feira, tendo a CMVM determinado a sua suspensão antes do arranque da negociação.

 

Esta operação foi destinada a investidores institucionais. "Como anteriormente comunicado, a realização do aumento de capital visa contribuir para a diversificação da base acionista da sociedade, bem como para a otimização de fontes de financiamento e o reforço do balanço e dos capitais próprios da Vista Alegre", adianta a mesma fonte.

 

A empresa liderada por Nuno Marques  (na foto) adianta ainda que a "procura total que representou cerca de 146,6% do montante da oferta."

 

Segundo aumento de capital desde 2018

Esta operação de aumento de capital surge dias depois de a Vista Alegre ter concluído uma emissão obrigacionista, que lhe permitiu pagar empréstimos à banca. Com estas operações, a empresa, detida em mais de 90% pela Visabeira, deixou de estar inibida de distribuir dividendos pelos acionistas, o que aumenta a atratividade da empresa para potenciais investidores.

 

Nuno Marques, que é presidente da Vista Alegre e CEO da Visabeira, já tinha admitido em abril que o grupo pretendia "primeiro pagar a dívida", que desbloqueie a proibição de pagar dividendos até 2026, para depois ponderar um aumento de capital.

Em novembro do ano passado, a Vista Alegre avançou com uma operação de aumento de capital, no valor de cerca de 17 milhões de euros. Este aumento de capital tinha uma parte dirigida a institucional e outra ao retalho. O objetivo era aumentar o capital e posteriormente a dispersão em bolsa. Contudo as condições do mercado tornaram-se muito adversas e levaram ao cancelamento da operação – de recordar que o final do ano passado foi duro para os investidores, com quedas avultadas nas bolsas.

 

O objetivo da Vista Alegre é claro. A empresa quer ganhar protagonismo na bolsa e entrar na "primeira liga" da praça nacional, ou seja, passar a integrar o PSI-20, tal como assumiu no ano passado o CEO da Visabeira.

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