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Vista Alegre garante aumento de capital ao preço mais baixo

As ofertas dos investidores já superam as ações em oferta no aumento de capital que a Vista Alegre está a realizar. Contudo a procura está a ser no ponto mais baixo do intervalo de preços que foi definido no arranque da operação.

Vista Alegre
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A Vista Alegre já tem garantido o aumento de capital que iniciou esta quarta-feira no mercado, com o livro de ordens a cobrir já as mais de 15,2 milhões de ações da cotada que foram oferecidas aos investidores.

 

O Negócios apurou junto de fonte do mercado que apesar da procura já superar a oferta no final do primeiro dia, o preço deverá ficar na parte inferior do intervalo fixado no início da operação.

 

Ainda assim a operação está garantida, sendo que no comunicado emitido hoje a Vista Alegre admitia recuar na operação se não fosse subscrita uma percentagem considerável deste aumento de capital. Um cenário que está agora afastado.

Os bancos responsáveis pela operação informaram os investidores que "existem ordens indicativas suficientes de uma base de investidores sólida e diversificada para cobrir o aumento de capital de forma integral no intervalo de preços definido".

A Vista Alegre informou o mercado esta manhã que a administração da companhia tinha aprovado um aumento de capital através de "novas entradas em dinheiro", com as novas ações representativas de 10% do capital a serem vendidas a "investidores particulares qualificados", através de um "processo de accelerated bookbuilding".

O livro de ordens, segundo apurou o Negócios, vai fechar esta quinta-feira às 13h00 (hora de Lisboa), sendo que só depois será fixado o preço final de venda das ações. As condições finais da operação serão reveladas após o fecho da sessão. 

 

O preço de subscrição das novas ações foi fixado entre 1,00 e 1,15 euros, sendo que cada investidor terá de aplicar um mínimo de 100 mil euros na operação.

 

Tendo em conta o ponto mínimo e máximo deste intervalo, as ações serão vendidas com um desconto entre 25% e 14,2%, tendo em consideração o preço de fecho das ações na última sessão (1,34 euros).

 

Se as ações foram vendidas ao preço mais baixo, a Vista Alegre encaixará 15,24 milhões de euros. Ao preço máximo o encaixe será de 17,52 milhões de euros.

 

A CMVM determinou a suspensão da negociação das ações antes do arranque da negociação, que se deverá manter até que as condições desta operação estejam fechadas e sejam reveladas ao mercado, nomeadamente o preço, sabe o Negócios. Assim, as ações só deverão voltar a negociar na sexta-feira, 6 de dezembro.

 

O comunicado emitido pela Vista Alegre adianta que há um compromisso, por parte da empresa, de não vender ações durante um período de 180 dias a partir da estreia em bolsa dos novos títulos.


Segundo aumento de capital desde 2018

Esta operação de aumento de capital surge dias depois de a Vista Alegre ter concluído uma emissão obrigacionista, que lhe permitiu pagar empréstimos à banca. Com estas operações, a empresa, detida em mais de 90% pela Visabeira, deixou de estar inibida de distribuir dividendos pelos acionistas, o que aumenta a atratividade da empresa para potenciais investidores.

 

Nuno Marques, que é presidente da Vista Alegre e CEO da Visabeira, já tinha admitido em abril que o grupo pretendia "primeiro pagar a dívida", que desbloqueie a proibição de pagar dividendos até 2026, para depois ponderar um aumento de capital.

Em novembro do ano passado, a Vista Alegre avançou com uma operação de aumento de capital, no valor de cerca de 17 milhões de euros. Este aumento de capital tinha uma parte dirigida a institucional e outra ao retalho. O objetivo era aumentar o capital e posteriormente a dispersão em bolsa. Contudo as condições do mercado tornaram-se muito adversas e levaram ao cancelamento da operação – de recordar que o final do ano passado foi duro para os investidores, com quedas avultadas nas bolsas.

 

O objetivo da Vista Alegre é claro. A empresa quer ganhar protagonismo na bolsa e entrar na "primeira liga" da praça nacional, ou seja, passar a integrar o PSI-20, tal como assumiu no ano passado o CEO da Visabeira.

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