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Vidrala vai comprar portuguesa Santos Barosa num negócio de 250 milhões de euros

A espanhola Vidrala fechou um acordo para a compra da Santos Barosa. O acordo avalia a vidreira portuguesa em 250 milhões de euros.

Reuters
21 de Junho de 2017 às 10:51
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A Vidrala assinou "um acordo de intenções para a aquisição de uma participação de controlo da sociedade portuguesa Santos Barosa Vidros", revela a empresa espanhola num comunicado emitido para o regulador de mercados de Espanha, a CNMV. O negócio, diz a Vidrala, deverá estar concluído "durante o terceiro trimestre de 2017".

 

A empresa não revela qual a participação em causa, referindo apenas que "o preço acordado pela transacção equivalerá a uma avaliação da empresa de cerca de 250 milhões de euros", um montante que poderá sofrer algum ajuste, "moderado", tendo em consideração o valor da dívida.

 

"A Santos Barosa Vidros é uma fabricante e comerciante de produtos de vidro que opera um grande centro de produção localizado na localidade da Marinha Grande. Produz cerca de 400.000 toneladas de vidro por ano, prevendo obter no ano de 2017 vendas estimadas entre 130 e 135 milhões de euros e um resultado de exploração, EBITDA, estimado entre 32 e 34 milhões de euros", revela a Vidrala no comunicado emitido para o regulador espanhol.

 

De acordo com a informação que consta no site da empresa portuguesa com sede na Marinha Grande, a Santos Barosa, com mais de 125 anos, opera em 10 mercados: Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Itália, Chipre, Angola, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

"O conselho de administração da Vidrala e a sua equipa de gestão têm admirado durante anos a qualidade do negócios desenvolvido pela Santos Barosa Vidros, apoiado em instalações de produção modernas e na solidez das relações comerciais com os seus clientes", realça a empresa espanhola no mesmo comunicado.

Santos Barosa fundada em 1889

A fábrica mantém-se na Marinha Grande, onde foi fundada em 1889 por três sócios: os irmãos José dos Santos Barosa e Jacinto dos Santos Barosa, e ainda Ricardo dos Santos Gallo Júnior. Este último um oficial de vidraça, descendente de várias gerações de vidreiros, que "entrou para a sociedade fundamentalmente devido ao seu saber, ou seja, mais como sócio 'industrial' do que como sócio capitalista", pode ler-se no livro com a história da vidreira, publicado por altura do seu centenário.

Jacinto dos Santos Barosa acabou por sair do capital da empresa pouco depois. O irmão, José dos Santos Barosa, assumiu a administração da vidreira. E foram os seus descendentes que continuaram a gerir a empresa.

Hoje é liderada por um bisneto, José Pedro Barosa, que se viu confrontado com um dilema em 1988, depois de uma tragédia familiar. A morte do pai, num acidente de automóvel, fê-lo assumir o comando da empresa da família. "Eu estava completamente fora disto", diz o actual presidente do conselho de administração.

O economista tinha uma carreira académica na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Era esse o seu projecto de vida. Mas, perante as circunstâncias, sentiu o peso da responsabilidade. "Naquela altura a empresa tinha mais de 600 trabalhadores", explica. Era necessário manter a máquina a trabalhar. E contou com a ajuda dos quadros superiores da empresa. "Era toda uma equipa que trabalhava com o meu pai e que continuou depois comigo." Mas admite que o facto de ser economista "facilitou um bocadinho" a sua entrada no negócio das embalagens de vidro. Filipa Lino

(Excerto de um texto publicado no suplemento Weekend de 6 de Maio, sobre empresas centenárias)

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