Notícia
BPI: Compra da Santos Barosa torna Vidrala maior que a BA Vidro na Ibéria
A compra da Santos Barosa pode elevar a quota de mercado da Vidrala em 12 pontos percentuais, passando a ser a segunda maior empresa na Península Ibérica, diz o BPI. “A Santos Barosa é uma das empresas mais eficientes na indústria europeia do vidro”, realçam os analistas.
A compra da portuguesa Santos Barosa por parte da espanhola Vidrala está a ser vista pelos analistas como algo "positivo", com o BPI a realçar as mais-valias que este negócio traz para a espanhola: compra uma das empresas mais eficientes na Europa, na indústria do vidro, e é elevada a segunda maior vidreira a nível ibérico, superando a BA Vidro.
"A potencial aquisição da Santos Barosa será um movimento positivo para a Vidrala. Primeiro, porque a Santos Barosa é uma das empresas mais eficientes na indústria europeia do vidro, com uma margem EBITDA estimada de cerca de 25% em 2017 (estimamos 23,1% para a Vidrala a nível consolidado em 2017)", destaca a equipa do BPI que segue a Vidrala.
"Em segundo, esta potencial compra vai contribuir para um mercado mais consolidado e numa melhoria da disciplina de aumento de preços na Ibéria – estimamos que a Vidrala tenha uma quota de mercado de cerca de 23% na Ibéria, que poderá aumentar para 35% depois desta compra" o que compara com os 41% detidos pela Verallia e com os 25% da BA Vidro, salientam os analistas do BPI.
Após esta compra, a Vidrala passará assim a ser a segunda maior empresa na Península Ibérica.
Empresa centenária comprada por 250 milhões de euros
Após quase 128 anos, o controlo da Santos Barosa vai deixar de estar nas mãos da família que a criou. A Vidrala chegou a acordo para comprar a vidreira por 250 milhões de euros.
A empresa basca e a Santos Barosa chegaram a um entendimento para celebrarem um contrato de compra e venda. O negócio deverá estar concluído no terceiro trimestre do ano, segundo a informação prestada ao mercado pela Vidrala. Contactada pelo Negócios a empresa espanhola esclarece que "espera comprar 100% do capital" da Santos Barosa. "O conselho de administração da Vidrala e a sua equipa de gestão têm admirado durante anos a qualidade do negócio desenvolvido pela Santos Barosa Vidros, apoiado em instalações de produção modernas e na solidez das relações comerciais com os seus clientes", realçou a empresa basca num comunicado emitido na quarta-feira para o regulador do mercado de capitais espanhol.
A Vidrala vai assim controlar uma empresa centenária que "produz cerca de 400 mil toneladas de vidro por ano, prevendo obter no ano de 2017 vendas entre 130 e 135 milhões de euros e um resultado de exploração, EBITDA, estimado entre 32 e 34 milhões de euros", revelou a Vidrala no comunicado. O volume de negócios da portuguesa estimado para este ano corresponde a cerca de 17% da facturação da Vidrala em 2016.
A Santos Barosa ainda está nas mãos da família que, em Novembro de 1889, a fundou, tendo a sua gestão passado de geração em geração. Actualmente a vidreira portuguesa é liderada por José Pedro Barosa, bisneto do fundador, que ficou em 1988 à frente da empresa depois de o pai ter falecido num acidente rodoviário. De acordo com a informação que consta no site da empresa portuguesa com sede na Marinha Grande, a Santos Barosa opera em 10 mercados: Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Itália, Chipre, Angola, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Internacionalização da Vidrala começou em Portugal
A compra da Santos Barosa é a segunda que a Vidrala faz em Portugal, depois de ter adquirido, em 2003, a Ricardo Gallo, uma empresa que também era da Marinha Grande e que era igualmente centenária.
Foi precisamente através da compra da fábrica em Portugal que a Vidrala iniciou a sua internacionalização, estando actualmente presente em mais quatro países europeus.
Ao Negócios, a empresa basca diz não prever qualquer alteração estrutural nas unidades em Portugal, após a concretização da compra da Santos Barosa, apontando assim para a manutenção das duas unidades na Marinha Grande.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.