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Turcos notificam Autoridade da Concorrência sobre compra da Cimpor
O Grupo Oyak já está presente em Portugal no negócio de siderurgia, automóvel, alumínios e polímeros.
Pouco mais de um mês depois de ter anunciado a aquisição da totalidade do capital da Cimpor Portugal aos brasileiros da InterCement, a Ordu Yardimlasma Kurumu (Grupo Oyak) notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) para que se pronuncie sobre a operação.
Num aviso publicado esta terça-feira, 4 de Dezembro, na imprensa nacional, a Autoridade da Concorrência refere que "a operação de concentração em causa consiste na aquisição pela ORDU YARDIMLASMA KURUMU ("OYAK"), do controlo exclusivo da Cimpor Portugal, S.G.P.S., S.A. ("Cimpor"), através da aquisição de 100% do capital social e direitos de voto desta última sociedade".
Oyak é o fundo de pensões das forças armadas turcas (composto por mais de 300 mil militares), que criou um conglomerado que é actualmente o maior grupo industrial deste país, com presença em várias actividades, entre elas a produção de cimento e betão.
Em Portugal, segundo o aviso da AdC, a actividade da empresa turca "centra-se no sector siderúrgico, automóvel, alumínios e polímeros", pelo que a aquisição da Cimpor não deverá levantar problemas de concorrência.
Caso finalize a compra da Cimpor, a companhia turca passará a deter a maior empresa de cimentos portuguesa e activos também em Cabo Verde. A Oyak está já presente em 19 países e também lidera no fabrico de cimentos na Turquia.
O valor deste negócio não é oficial, mas de acordo com a Reuters a operação resultará num encaixe de 700 milhões de euros para o grupo brasileiro.
Em Portugal, a Cimpor conta actualmente com três fábricas, duas moagens e uma capacidade de produção de 9,1 milhões de toneladas de cimento. Na Turquia, a Oyak Cement conta com sete fábricas integradas de cimento, três moagens de cimento e 45 centrais de betão pronto.
O volume de negócios da Cimpor em Portugal foi de 258 milhões de euros em 2017, um crescimento de 3,1% em relação ao ano anterior. Em Cabo Verde, que integra a mesma unidade de negócios, o volume criado foi de 30 milhões, uma quebra homóloga de 7,6%.