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Bruxelas aprova compra da Cimpor pelos turcos do grupo Oyak

A transação da Cimpor entre os brasileiros da InterCement e os turcos do fundo de pensões Oyak já tem a luz verde da Direção-geral da Concorrência.

10 de Janeiro de 2019 às 12:08
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A venda das unidades de Portugal e Cabo Verde da Cimpor dos brasileiros da InterCement aos turcos do grupo Oyak foi anunciada em outubro do ano passado. Três meses depois, chegou a aprovação do negócio: a Direção-geral da Concorrência da Comissão Europeia, liderada pela comissária europeia Margrethe Vestager (na foto), deu esta quinta-feira, 10 de janeiro, luz verde à operação. 

"A Comissão conclui que, embora a Cimpor Portugal e a OYAK estejam ambas ativas na indústria do cimento, a transação proposta não levanta preocupações à concorrência porque não há sobreposições horizontais nem verticais dado que as duas empresas não estão ativas em mercados da mesma geografia", explica a Comissão Europeia na informação divulgada hoje. 

A venda da atividade da Cimpor, uma histórica multinacional que produz e comercializa cimento, foi anunciada a 28 de outubro do ano passado. A operação foi justificada com a necessidade de reduzir a dívida do grupo brasileiro seu acionista, a InterCement. Não foi divulgado oficialmente o valor da transação, mas a Reuters avançou com valores na ordem dos 700 milhões de euros.

Anteriormente a ser adquirida pelos brasileiros da InterCement em 2012, a Cimpor chegou a ser a maior multinacional portuguesa com presença em doze países e constou da lista das 10 maiores produtoras de cimento do mundo. O seu capital estava disperso pela brasileira Votorantim, Caixa Geral de Depósitos, o fundo de pensões do BCP e a Investifino, do empresário Manuel Fino e por pequenos investidores. 

Em Portugal, a Cimpor conta atualmente com três fábricas, duas moagens e uma capacidade de produção de 9,1 milhões de toneladas de cimento. O negócio vai agora para as mãos da Ordu Yardimlasma Kurumu (Grupo Oyak), que é o maior fundo de pensões da Turquia com investimentos em diversas áreas, desde a metalurgia, papel, energia, químicos, serviços financeiros, setor automóvel, entre outros.

Em dezembro, os turcos notificaram a Autoridade da Concorrência desta operação de concentração. Segundo o aviso da AdC publicado na imprensa nacional nessa altura, a atividade da empresa turca "centra-se no sector siderúrgico, automóvel, alumínios e polímeros", pelo que a aquisição da Cimpor não deveria levantar problemas de concorrência.


O grupo tem uma empresa da área de cimentos, a Oyak Cement, que conta com sete fábricas integradas de cimento, três moagens de cimento e 45 centrais de betão pronto na Turquia.

O volume de negócios da Cimpor em Portugal foi de 258 milhões de euros em 2017, um crescimento de 3,1% em relação ao ano anterior. Em Cabo Verde, que integra a mesma unidade de negócios, o volume criado foi de 30 milhões, uma quebra homóloga de 7,6%.

 

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