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Turcos prometem tornar a Cimpor "novamente uma grande empresa"
A turca Oyak, que deu por terminado o processo de aquisição da portuguesa Cimpor esta sexta-feira, diz pretender reavivar o sucesso da empresa de cimento portuguesa. E tem a ambição de posicionar-se como "um dos principais players mundiais na indústria do cimento".
A Oyak conclui hoje o processo de compra da Cimpor, com a aquisição de todos os ativos em Portugal e em Cabo Verde.
Face à concretização do negócio, Suat Calbiyik, o diretor-geral da OYAK Cement Group, afirma que "a aquisição da Cimpor tem o claro propósito de fazer da Cimpor novamente uma grande empresa", e diz querer posicionar-se para se tornarem "um dos principais players mundiais na indústria do cimento", lê-se no comunicado enviado à imprensa.
Os turcos conseguiram fechar a negociação depois de terem obtido a aprovação do negócio pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, que chegou a 10 de janeiro, três meses depois de ter sido anunciado o acordo entre ambas as cimenteiras. "A Comissão conclui que, embora a Cimpor Portugal e a OYAK estejam ambas ativas na indústria do cimento, a transação proposta não levanta preocupações à concorrência porque não há sobreposições horizontais nem verticais dado que as duas empresas não estão ativas em mercados da mesma geografia", explicou a Comissão Europeia.
A Cimpor chegou a ser a maior multinacional portuguesa, com presença em 12 países e posicionada entre as 10 maiores produtoras de cimento do mundo. A empresa conta atualmente com três fábricas, duas moagens e uma capacidade de produção de 9,1 milhões de toneladas de cimento.
O grupo Oyak tem uma empresa da área de cimentos, a Oyak Cement, que conta com sete fábricas integradas de cimento, três moagens de cimento e 45 centrais de betão pronto na Turquia. Além desta atividade, o grupo turco move-se em setores que vão do automóvel à agricultura, logística e finanças, tendo registado em 2017 um volume de negócios de 10,2 mil milhões de dólares (quase 9 mil milhões de euros).
A operação foi justificada com a necessidade de reduzir a dívida do grupo brasileiro que era o anterior acionista da Cimpor, a InterCement. Não foi divulgado oficialmente o valor da transação, mas a Reuters avançou com valores na ordem dos 700 milhões de euros.
De Portugal à Turquia: 10 datas na vida da Cimpor:
(Notícia atualizada às 16:02)