Depois de ter substituido Sandra Santos como CEO da BA Glass, Tiago Moreira da Silva sucede-lhe na presidência da Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE), assumindo a descarbonização como "pilar central" da estratégia do setor que fatura mais de 700 milhões de euros e emprega 3.500 trabalhadores.

"Este é um momento-chave para um setor que pretende ser carbonicamente neutro até 2050. São muitos os desafios que se colocam. Precisamos de ser uma voz ativa na hora de criar soluções e um agente na mudança de paradigma para uma sociedade mais sustentável", diz o novo líder da AIVE, apontando que "a descarbonização continuará a ser um pilar central na estratégia da AIVE durante esta nova presidência".

Em comunicado, enviado esta quinta-feira às redações, a AIVE refere que um dos primeiros passos em direção a este caminho será o desenvolvimento do RODIV2050, um Roteiro para a Descarbonização das Indústrias do Vidro de Embalagem e Cristalaria, em consórcio com a APICER, para o subsector da Cristalaria, um projecto financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

"Com o objetivo de tornar o vidro uma solução de embalagem cada vez mais sustentável, nos últimos anos, a indústria do vidro de embalagem tem efetuado um enorme investimento na descarbonização, eficiência energética e modernização das suas fábricas, para além da preocupação em fabricar embalagens mais leves, para reduzir as emissões da sua produção e transporte", enfatiza a AIVE.

A organização aponta ainda ser também "ambição" do setor "continuar a reduzir a utilização de matérias-primas virgens, aumentando a incorporação de vidro reciclado na produção das novas embalagens, dando como exemplo o facto de ter sido definido na Plataforma Vidro+ um objectivo "ambicioso" de recolher 90% das embalagens de vidro usadas em Portugal até 2030.

A AIVE representa um setor com peso relevante na economia portuguesa, sendo composta por três empresas (BA Glass, Vidrala e Verallia Portugal), que detêm seis unidades fabris, as quais, em conjunto, têm um volume de negócios superior a 700 milhões de euros, têm mais de 50% de vendas diretas para mercados externos e empregam cerca de 3.500 trabalhadores. Anualmente, saem dos fornos de fusão de vidro, em Portugal, mais de 6 mil milhões de embalagens para a indústria alimentar.

Tiago Moreira da Silva, um dos três filhos de Carlos Moreira da Silva, é formado em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Começou a carreira na Bosh como gestor de qualidade e produção. Mais tarde, depois de tirar um MBA na Tepper School of Business da Universidade Carnegie Mellon (Pensilvânia, EUA), ingressou no mundo do marketing e vendas da LifeScan, então empresa do universo Johnson & Johnson.

Na BA, detida em parte pela família, entrou em 2008 como gestor de contas da área alimentar, chegando à comissão executiva como CMO (chief marketing officer) em 2016, pouco antes da expansão do grupo ao sudeste europeu no ano seguinte. Desde então, além de CMO, também liderou as operações ibéricas do grupo e, mais recentemente, as da Europa Central. Em 22 de fevereiro deste ano assumiu o cargo de CEO da BA, que foi desempenhado durante uma década por Sandra Santos.