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OM Pharma constrói fábrica de 10 milhões em Alfragide (Cor.)

A multinacional farmacêutica vai produzir em Portugal um novo pó solúvel para tratar o excesso de potássio no sangue, num total de 40 milhões de saquetas por ano. A filial portuguesa superou a concorrência alemã, suíça e austríaca.

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12 de Outubro de 2016 às 16:28
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A OM Pharma vai avançar com um investimento de 10 milhões de euros para construir uma segunda fábrica em Portugal, dedicada em exclusivo à produção de um medicamento para o tratamento da hipercaliemia (excesso de potássio no sangue), que será exportado para todo o mundo, excepto para os Estados Unidos.

 

Segundo adiantou ao Negócios o director-geral da OM Pharma Portugal, António Jordão, a nova unidade vai ser instalada na zona industrial de Alfragide, no concelho da Amadora, onde o grupo suíço já tem outra fábrica. A "primeira pedra" vai ser lançada a 24 de Outubro e a construção estará concluída no final de 2017, começando a produzir em 2018.

 

A OM Pharma Portugal foi comprada em 2009 pela Vifor Pharma, que é a divisão farmacêutica do grupo Galenica, cotado na bolsa de Zurique. Além de liderar a operação portuguesa, António Jordão, 57 anos, é também o responsável pelo negócio farmacêutico do grupo na região designada por Europa do Sul, que engloba também Espanha, Itália e Roménia.

 

Esta nova fábrica vai surgir num terreno disponível nas imediações da unidade que a OM Pharma já tem instalada em Alfragide desde 2000, quando começou a ser deslocalizada para Portugal a produção que até então estava em Genebra, na Suíça. Ali fabrica algumas das marcas mais conhecidas de vacinas orais para as infecções respiratórias e urinárias, que vende para 65 países, além de fornecer o mercado nacional.

 

Superar alemães, suíços e austríacos 

Este registo industrial com década e meia foi precisamente um dos argumentos apresentados pela sucursal portuguesa para vencer o concurso interno para a instalação desta segunda fábrica, que estará dimensionada para produzir 40 milhões de saquetas por ano (a solução em causa é um pó solúvel). Alemanha, Suíça e Áustria eram alguns dos países que também estavam na corrida para este investimento.

 

Como convenceram a administração do grupo? "Com a nossa reputação dentro do grupo como sendo capazes de fazer a horas e bem. Há 16 anos que produzimos para 65 países. Por outro lado, a nossa qualidade e capacidade de entregar produtos bem na primeira vez e cumprir prazos. E depois há sempre a questão dos custos de produção, que são menores em Portugal do que noutros locais e compensam em parte os [maiores] custos de transporte por sermos periféricos", respondeu o gestor.

António Jordão, 57 anos, lidera a OM Pharma Portugal desde 2007, depois de passagens pela Eli Lilly e pela Medinfar.
António Jordão, 57 anos, lidera a OM Pharma Portugal desde 2007, depois de passagens pela Eli Lilly e pela Medinfar.



Este novo medicamento para o tratamento da hipercaliemia, que só deverá estar aprovado na Europa daqui por um ano – ou seja, a tempo da conclusão da fábrica portuguesa –, foi desenvolvido pela companhia biofarmacêutica Relypsa, com sede nos Estados Unidos e cotada na índice Nasdaq, que acaba de ser comprada pelo grupo Galenica por 1,53 mil milhões de dólares (1,39 mil milhões de euros). O processo de aquisição foi concluído em Setembro.

Além do montante financeiro, a multinacional destaca que este investimento implica "uma importante transferência de conhecimento e de tecnologia de ponta", tornando Portugal num "produtor à escala mundial" deste tratamento que é apresentado como o primeiro para esta doença específica aprovado pelo regulador americano – a "Food and Drug Administration" (FDA) – em mais de 50 anos.

(Título e notícia corrigidos às 12:51 de 13 de Outubro. O grupo Galenica alertou para um equívoco, cometido a nível interno, no cálculo do investimento, corrigindo que o montante inicial, em francos suíços, era efectivamente de 15 milhões, mas o valor actualizado, em euros, é de dez milhões de euros).

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