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Inflação faz "encolher" exportações do têxtil em fevereiro

Indústria está a exportar menos por um valor superior, sinaliza a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). Importações também recuaram como resultado de menor procura atribuída ao abrandamento económico,

A taxa média efetiva subiu mais nas indústrias extrativas, transformadoras e ainda no setor da construção.
Ricardo Meireles
21 de Abril de 2023 às 14:30
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As exportações de têxteis e vestuário registaram uma diminuição de 3% em valor e de 12% em quantidade em fevereiro, revelou, esta sexta-feira, a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), atribuindo a quebra à inflação.

Em comunicado, a ATP explica que a quebra em fevereiro foi registada, de uma forma generalizada, em quase todas as categorias de produtos, com exceção dos tecidos de malha (que registaram um aumento de 17% em valor e de 33% em quantidade) e do vestuário em tecido (aumentou 15% em valor e 5% em quantidade).

Em termos acumulados, as exportações aumentaram 1% em valor nos dois primeiros meses do ano para 1.012 milhões de euros, mas a quantidade expedida (83 mil toneladas) foi 12% inferior ao período homólogo do ano passado. Os têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados sofreram uma redução de 16% em valor e de 14% em quantidade, enquanto nas matérias têxteis, a quebra foi de 3% em valor e de 14% em quantidade. Já as exportações de vestuário permaneceram positivas em valor, tendo aumentado 7%, mas encolheram 5% em volume.

"Estamos seguramente a exportar menos por mais valor. Facto que se deve à inflação que se regista na maioria dos mercados e que tem impacto ao longo de toda a cadeia de valor e fornecimento", assinala o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, na mesma nota.

A ATP dá conta de uma quebra na maioria dos principais destinos de exportação, mas "ainda assim" também destaca um "bom desempenho" noutros, caso da França, onde as vendas aumentaram em valor 13% nos primeiros dois meses do ano, da Roménia (+18%), da Chéquia (+20%), do Canadá (+21%) ou da Suíça (+42%).

Já do lado das importações, em janeiro e fevereiro, Portugal comprou 805 milhões de euros e 86 mil toneladas de têxteis e vestuário, o que traduz uma descida de 2% em valor e de 19% em quantidade, o que, segundo a ATP, afetou em particular as matérias-primas têxteis, "o que reflete uma menor procura por parte da indústria, em resultado do abrandamento económico".
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