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Gumelo faz cerveja de cogumelos

Quase quatro anos depois de lançar as primeiras caixas de cogumelos "prontos-a-crescer", a Gumelo decidiu apostar na mesma matéria-prima para criar uma cerveja artesanal, um negócio que pretende exportar já no próximo ano.

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18 de Novembro de 2015 às 19:30
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Para Tiago Marques, um dos sócios da empresa de Almeirim, tratou-se de aproveitar a procura crescente por cervejas artesanais para juntar "duas paixões": a dos cogumelos e a da cerveja.

 

A Gumelo encontrou na Faustino Microcervejeira o parceiro indicado para desenvolver "a receita ideal para potenciar esta fusão" e pôs mãos à obra, começando por criar um extracto líquido de cogumelos (no caso, o "Boletus edulis", também conhecido como "Cepe de Bordéus" ou "Porcini"), que retém o essencial dos aromas destes fungos.

 

Faltava depois encontrar a combinação entre o extracto e as duas receitas de cerveja "que foram feitas para tirar o máximo partido deste aroma dos cogumelos", o que demorou cerca de oito meses.

 

O extracto de cogumelos apresentou "alguns desafios " para concentrar ao máximo os aromas na menor quantidade de líquido possível e obter um extracto ultraconcentrado, conta Tiago Maques

 

Já no caso da cerveja foi necessário testar mais de 20 receitas, com diferentes dosagens de extracto de cogumelo e de ingredientes para encontrar a que mais se adequava.

 

O primeiro lote vai chegar esta semana ao mercado e terá um total de três mil garrafas, divididas entre as duas variedades de cerveja criadas, uma tipo Weissbier, de cor âmbar, e outra tipo Dunkel Weizenbier, de tonalidade escura.

 

As expectativas são positivas: "vamos ver se chegam até ao Natal", entusiasma-se Tiago Marques.

 

O responsável da Gumelo assume que o lançamento inicial é prudente, para "perceber qual a aceitação que o produto tem em Portugal", mas destaca que o objectivo é usar a experiência adquirida para trabalhar o mercado externo.

 

"A nossa ideia é exportá-la, em princípio a partir da segunda metade do ano que vem", disse à Lusa.

 

A start-up portuguesa fundada em 2012 por João Cavaleiro, Tiago Marques e Rui Apolinário arrancou com financiamento próprio e passados quase quatro anos já vê os primeiros sinais de crescimento.

 

Segundo Tiago Marques, a facturação já chega anualmente aos 200 mil euros e está a duplicar este ano em relação a 2014.

 

Neste momento a maior parte das vendas ainda é feita no mercado interno, mas o "designer" acredita no potencial exportador da empresa.

 

"Estamos confiantes de que o negócio está a prosperar e de que vamos continuar a crescer nesta parte da exportação", adianta, referindo que a Gumelo começou por estar presente no Reino Unido e Suécia, e está neste momento já a trabalhar com Espanha, França, Suíça e potenciais interessados na Europa central, Holanda e Bélgica.

 

A Gumelo comercializa actualmente quatro tipos de cogumelos "prontos-a-crescer" produzidos a partir de borras de café e pretende começar a usar em breve um substrato alternativo.

 

"No último ano temos feito um projecto de I&D [investigação & desenvolvimento] com alguns investigadores ligados à Universidade do Minho para perceber que outros substratos alternativos podem ser usados para produzir os nossos cogumelos prontos-a-crescer, nomeadamente resíduos da agro-indústria", contou Tiago Marques, sublinhando que esta é uma necessidade imposta pelo crescimento.

 

"À medida que queremos crescer também temos de pensar na escalabilidade do nosso negócio. Sem deixar de parte a nossa marca das borras de café, podemos vir a equacionar uma alternativa", salienta o empresário, deixando no ar que vai ter novidades antes do final do ano.

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