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Grupo Mello vai investir em fábrica de refinação de lítio "em Portugal ou Espanha"

A decisão de investimento numa fábrica de refinação de lítio, através da Lifthium Energy, vai ser tomada "nos próximos meses", mas está, afinal, tudo em aberto, sobre a localização. Condições de atratividade vão ditar se será feito em Portugal ou Espanha.

João Cortesão
29 de Maio de 2024 às 13:08
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O Grupo José de Mello vai tomar uma decisão, "nos próximos meses", sobre o investimento numa fábrica de refinação de lítio, através da Lifthium, mas o presidente executivo garante que está em aberto se ficará localizada "em Portugal ou em Espanha", apontando que tal vai depender das "condições" como incentivos ou rapidez de licenciamentos.

"É um projeto que estamos a abraçar com muito entusiasmo, com o objetivo de ser um 'player' relevante na refinação de lítio a nível europeu. Constituímos uma equipa sólida para tomarmos uma decisão de investimento nos próximos meses em função da avaliação das circunstâncias e das condições necessárias", afirmou Salvador de Mello, esta quarta-feira, durante a apresentação de resultados de 2023 do grupo.

"Temos possibilidade de fazer investimento em Portugal e em Espanha", afirmou o CEO do Grupo José de Mello, aos jornalistas, apontando que "a verificação da atratividade das condições do local é também um aspeto relevante na construção da decisão".

Face às declarações do presidente da Bondalti, João de Mello, há sensivelmente um ano, assim como do presidente executivo da própria Lifthium Energy, Duarte Braga, também ao Negócios, há dias, parece haver um recuo, porque ambos apontavam que a escolha para a estreia da fábrica passaria por Estarreja e falavam já em mais do que uma unidade (a segunda seria em Torrelaverga, na região espanhola da Cantábria), facultando inclusive valores de investimento e potenciais datas de entrada em funcionamento da produção, mas, afinal, Salvador de Mello diz estar ainda tudo em aberto.

A Lifthium Energy foi criada no ano passado pela Bondalti, a unidade dedicada à produção de químicos e tratamento de águas do grupo, mas atualmente tem uma participação minoritária, detendo 15% do capital, com o restante a ficar sob a alçada direta do grupo.

Essa "atratividade" para instalar a primeira fábrica - admitiu Salvador de Mello - passa também por "incentivos", mas envolve no essencial condições como "a rapidez de execução ou de licenciamento". "E, portanto, temos a hipótese de fazer tanto em Portugal como em Espanha. Temos a vantagem de poder escolher", insistiu. Se, no primeiro caso, a opção mais provável será então Estarreja, já no segundo irá para Torrelaverga.

"Ao dia de hoje estamos a trabalhar nas duas hipóteses", frisou Salvador de Mello, sem confirmar estimativas de valores associados ao investimento ou esclarecer se a Lifthium vai avançar com mais do que uma fábrica. 

O CEO do Grupo José de Mello afirmou que o processo é "sequencial". "É um processo dinâmico", sublinhou, apontando que "a correr bem, poderá haver uma segunda ou uma terceira" unidade.

Os primeiros testes foram feitos em instalações alheias no Canadá e "dão boas indicações", estando essa etapa ultrapassada. O passo seguinte passa por um piloto em instalações próprias, segue-se o salto para uma "escala maior" e "só depois" uma decisão de facto sobre o investimento na primeira fábrica.

"Já há uns primeiros exemplares de lítio para servirem de demonstração a potenciais clientes", mas "há um conjunto de avaliações que têm de ser feitas", designadamente verificações ao nível da tecnologia, indicou o presidente executivo do Grupo José de Mello, sublinhando que se trata de um processo "industrialmente complexo".

Salvador de Mello afirmou também que, neste momento, o grupo tem desenvolvido todo o trabalho "por sua conta", mas que "admite sempre" a possibilidade de vir a ter parceiros. "Veremos com bons olhos trazer parceiros para o projeto. Provavelmente mais à frente", apontou.
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