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Bondalti vai investir mil milhões em duas fábricas de lítio verde e quer começar a produzir em 2027

A Bondalti reviu agora em alta os seus objetivos para a refinação de lítio, depois de ter dito em 2023 que iria investir 400 milhões em cada uma das fábricas que estão projetadas para tornar a empresa num "dos maiores produtores de lítio verde na Europa".

DR
21 de Maio de 2024 às 17:55
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A Lifthium Energy, criada em 2023 pelo grupo Bondalti para atuar na cadeia de valor do lítio, planeia começar a produção na sua primeira fábrica de refinação deste material raro em Portugal em 2027, anunciou esta terça-feira o CEO da empresa, Duarte Braga, avança a Bloomberg. Criada em 2023, a empresa tem já primeiro projeto em fase de licenciamento.

Além desta primeira unidade de refinação de lítio, está planeada também uma segunda fábrica, sendo que cada uma delas representará um investmento de 500 milhões de euros. Ou seja, mil milhões no total, para já. De acordo com a Lifthium, estas fábricas fornecerão hidróxido de lítio para construir baterias elétricas. A empresa dedica-se à produção do chamado "lítio verde", refinado com recurso à tecnologia de eletrólise (a partir de água e energia limpa).  

O ponto de situação foi feito esta terça-feira por Duarte Braga num encontro com jornalistas internacionais em Portugal, apurou o Negócios. De acordo com o CEO as duas fábricas serão no município de Estarreja, no norte de Portugal, e em Torrelaverga, na região espanhola da Cantábria.

"Quase 80% da refinação de lítio vem da China e o que queremos tentar fazer é reverter (essa tendência)", disse Braga aos membros da associação de imprensa estrangeira de Portugal, citado pelo portal Mining.com, que escreve que umas das refinarias da Lifthium estará pronta em 2027 e a outra em 2030. No entanto, a empresa ainda não sabe em qual dos dois países construirá primeiro. A Lifthium estima que os dois projetos custarão, em conjunto, cerca de mil milhões de euros.

As primeiras refinarias vão ser construídas em locais onde a Bondalti já tem instalações industriais, disse Braga, acrescentando que o hidróxido de lítio que pretende produzir seria suficiente para alimentar baterias para um milhão de veículos eléctricos por ano.

A Lifthium planeia comprar lítio para refinar em diferentes regiões do mundo, incluindo a América do Sul. Uma vez refinada a matéria-prima, os principais clientes serão fabricantes de baterias para veículos elétricos e construtoras automóveis.

Um dos obstáculos é a obtenção das licenças para a construção das refinarias, com Braga a alertar que a empresa não se pode dar ao luxo de esperar "vários anos"."Em outras regiões (fora da Europa), o licenciamento é mais rápido", disse Braga. "Também temos que responder a esses desafios."

Tal como o Negócios avançou, a Bondalti admitiu no ano passado que quer investir cerca de 1200 milhões de euros, juntamente com outros sócios, em até três novas fábricas com o objetivo de ser tornar "um dos maiores produtores de lítio verde na Europa". A meta passa por conseguir uma capacidade de refinação de 50 mil toneladas, com o objetivo de fornecer hidróxido de lítio a mais de dois milhões de automóveis por ano.

"Temos neste momento um piloto no Canadá. A ideia é, atingindo cerca de mil horas desse piloto, investirmos em Estarreja numa fábrica mais demonstradora para depois tomarmos uma decisão de investimento numa fábrica maior", disse o presidente executivo da Bondalti, João de Mello. 

A empresa prevê tomar essa decisão de investimento em 2024, admitindo, no futuro, ter até três unidades de produção de lítio verde. No ano passado, a empresa falava de um investimento potencial de 400 milhões de euros (agora revisto em alta para 500 milhões por fábrica), um valor assegurado em associação com parceiros.

"A nossa estratégia passará por ter no mínimo duas fábricas até 2030 e, eventualmente, uma terceira já em pensamento ou em desenvolvimento nessa altura (…), queremos fazer em Estarreja porque é o nosso polo principal. Uma segunda fábrica já não será em Estarreja mas será eventualmente em Portugal ou numa geografia mais eficiente", admitindo Espanha como eventual destino, disse ainda João de Mello.

No início deste ano, a Lifthium Energy, anunciou a sua integração no Projeto Importante de Interesse Europeu - European Battery Innovation (IPCEI EuBaTin), sendo a única empresa portuguesa com um projeto de produção em larga escala do chamado lítio verde a tornar-se membro deste consórcio europeu.
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