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Costa: discutir 30 euros no salário mínimo é "não sair do passado"

O primeiro-ministro critica o regresso do debate sobre a progressão salarial no país, contrapondo que as indústrias precisam é de pagar bem para "atrair e fixar talento".

Bruno Simão
21 de Abril de 2016 às 18:50
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António Costa avisou esta quinta-feira, 21 de Abril, que se o país "continuar agarrado às discussões do passado não sairá do passado", em referência ao debate reaberto esta semana sobre a política salarial em Portugal após a crítica de Bruxelas ao plano de subida do salário mínimo nacional até aos 600 euros em 2019.


"O nosso futuro não está numa diferença de 30 euros no salário mínimo nacional. O desafio do nosso futuro é ter ou não ter talento, sermos ou não capazes de mobilizar o talento, ter ou não capacidade de iniciativa, de investir e de entrar neste novo mundo onde o essencial é a conectividade e a inserção nas redes globais de valor", apontou o primeiro-ministro.


O governante falava durante o encerramento da iniciativa de lançamento da chamada "Indústria 4.0" em Portugal, que arrancou em Ílhavo e apenas terminará daqui a três meses com a apresentação, por parte das dezenas de empresas convocadas, das medidas de cariz estatal que devem ser adoptadas no âmbito da estratégia nacional para aproveitar a quarta revolução industrial.


Ainda assim, o primeiro-ministro antecipou, desde já, que "a capacidade de atrair e fixar o talento necessário para esta revolução" será um dos pilares que resultará deste "brainstorming" promovido pelo secretário de Estado da Indústria e que está organizado em quatro sectores: agro-indústria, automóvel e moldes, retalho e moda, turismo.


No lotado auditório na antiga fábrica de porcelana da Vista Alegre, fundada em 1824, Costa explicou que as políticas públicas têm de estar conectadas com as necessidades das empresas para fazer face a esta revolução. "Por isso é que a metodologia desta iniciativa não é fazermos um decreto de lei ou uma lei de bases, mas ter desafiado a Deloitte para que mobilizasse o tecido empresarial, que partilhassem com a COTEC este esforço conjunto, para saber o que cada um pode fazer para vencer esta revolução", acrescentou.

Lembrando que esta é a primeira revolução industrial em que a localização e a ausência de recursos naturais não prejudicam Portugal, o chefe do Governo socialista alertou, porém, que "esta revolução é permanente" e todos os dias vai exigir novas respostas por parte do sector industrial português.

"A vantagem que ganhamos da nossa posição periférica na Europa poder deixar de ser uma desvantagem, no actual mundo das redes digitais é a mesma vantagem que toda a gente tem em qualquer parte do mundo, desde que tenha acesso à rede", concluiu António Costa em jeito de advertência aos industriais presentes nesta iniciativa.

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