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Armas para a revolução industrial chegam daqui a três meses

Dezenas de empresas começaram a debater as medidas públicas necessárias para a estratégia portuguesa na Indústria 4.0. A Cotec vai fiscalizar a implementação.

Miguel Baltazar/Negócios
21 de Abril de 2016 às 17:01
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As "prioridades e medidas concretas" para a estratégia portuguesa de aproveitamento da quarta revolução industrial vão estar em cima da mesa dentro de três meses, anunciou esta quinta-feira, 21 de Abril, o secretário de Estado da Indústria.

Quase quatro anos após a discussão sobre a chamada indústria 4.0 começar noutros países - o primeiro a ter uma estratégia definida foi a Alemanha em 2013 -, os quatro grupos de trabalho formados pelo Governo arrancaram esta manhã a discussão em Ílhavo.

Segundo explicou João Vasconcelos, o Governo optou por criar quatro grupos de trabalho sectoriais - agro-indústria, automóvel e moldes, retalho e moda, e turismo -, argumentando que, em conjunto, estes segmentos empresariais representam mais de metade das exportações portuguesas.

Lembrando que "o futuro já está a acontecer" e que esta é a primeira revolução industrial em que a posição geográfica "não prejudica" o país, o governante reforçou que este é um diálogo que cabe às empresas - dezenas delas já foram convocadas pelo Executivo - e que haverá ainda um comité estratégico com 13 entidades públicas e privadas, incluindo multinacionais como a Altice, Bosch, Google, Huawei, Siemens e Volkswagen.

Na abertura de uma sessão sobre "Indústria 4.0" realizada no auditório da antiga fábrica de porcelana da Vista Alegre, na região de Aveiro, João Vasconcelos especificou também que caberá à Cotec Portugal a "fiscalização e a implementação das medidas que resultarem da estratégia pública", que só estará de pé depois do Verão. 

O secretário de Estado dramatizou que poderão não sobreviver as empresas que não invistam nesta quarta revolução industrial, que se segue às anteriores marcadas pela mecanização, electrificação e automatização. Porém, acredita nas vantagens competitivas de Portugal para aproveitar essas oportunidades: uma nova geração de empreendedores, vocação exportadora, boas escolas de negócios e gestão, infraestruturas tecnológicas e científicas e ainda uma ligação "ágil" entre as universidades e as empresas.


Perante uma plateia repleta e na presença do primeiro-ministro, João Vasconcelos invocou os motores desta quarta revolução industrial, marcada pela introdução de um conjunto de tecnologias digitais na cadeia produtiva, com impactos na relação com o cliente e até nos modelos de negócios. Lembrando a mudança em curso para séries de produção mais curtas, o governante avisou que esse processo industrial "só será rentável se [conseguirem] aumentar a produtividade dos processos de produção".

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