Notícia
Autoclismos e robótica de Aveiro superam exigência alemã
A inovação, a flexibilidade industrial e a aposta na marca são a chave para ganhar "clientes para a vida" e vingar na Alemanha. Já o dinheiro e a formação são as maiores barreiras à "Indústria 4.0" em solo nacional.
Apesar de ser o melhor mercado para a OLI, até ao início de 2016 nenhum autoclismo chegava à Alemanha com a marca própria. Percebendo que este é "o caminho para ter maior volume de vendas e reconhecimento" naquele país, a produtora de Aveiro criou em Janeiro uma filial na região de Estugarda e combate com diferenciação no produto o "risco de agredir" alguns dos principais clientes.
Líder de uma equipa de cinco alemães – "só assim ultrapassámos alguns choques culturais" –, António Oliveira percebeu nestes nove meses que os germânicos são "cépticos e conservadores". "Abrimos as primeiras portas, mas estamos avisados que à primeira falha sofremos as consequências", relatou.
No "road show" Portugal Global da AICEP, que passou esta quarta-feira por Aveiro, o gestor frisou que "o cartão-de-visita óptimo" é trazê-los a verem a fábrica flexível, com resposta rápida e processos avançados que beneficiam da exigência da indústria de cerâmica alemã, francesa ou italiana. João Carlos Novo, CEO do Grupo Motofil, concordou que a tecnologia e a inovação são as únicas formas de conquistar a confiança dos alemães e isso pode demorar. "Foi quase um curso de aprendizagem porque são exigentes e não podemos falhar. Se assim for, temos clientes para a vida", assegurou.
Há dez anos, recolher a casa, automatizar processos, criar a própria marca, iniciar a área de desenvolvimento (hoje com 58 pessoas) e mudar a estratégia foi a fórmula para esta indústria da área da automação e robótica enfrentar o falhanço na primeira abordagem à Alemanha. Já com "o trabalho de casa feito", o grupo de Ílhavo retomou o "ataque" através de polacos e checos que auxiliavam os fabricantes automóveis alemães e em 2015 exportou para lá 60% do total de 8,8 milhões de euros.
Com a estratégia portuguesa para a "Indústria 4.0", coordenada pela Deloitte, ainda em fase de validação, o CEO da Critical Manufacturing espera que o Governo aprove ferramentas para "arrancar de forma mais célere" um processo em que Portugal "já está cinco anos atrasado". Francisco Lobo dá prioridade ao financiamento. O director de indústria da Siemens, António Mira, soma a formação. É que a falta de engenheiros electrotécnicos, informáticos ou mecânicos "já é uma realidade" e os operários também têm de "transformar as suas competências" para lidar com a digitalização fabril.
Líder de uma equipa de cinco alemães – "só assim ultrapassámos alguns choques culturais" –, António Oliveira percebeu nestes nove meses que os germânicos são "cépticos e conservadores". "Abrimos as primeiras portas, mas estamos avisados que à primeira falha sofremos as consequências", relatou.
No "road show" Portugal Global da AICEP, que passou esta quarta-feira por Aveiro, o gestor frisou que "o cartão-de-visita óptimo" é trazê-los a verem a fábrica flexível, com resposta rápida e processos avançados que beneficiam da exigência da indústria de cerâmica alemã, francesa ou italiana. João Carlos Novo, CEO do Grupo Motofil, concordou que a tecnologia e a inovação são as únicas formas de conquistar a confiança dos alemães e isso pode demorar. "Foi quase um curso de aprendizagem porque são exigentes e não podemos falhar. Se assim for, temos clientes para a vida", assegurou.
Com a estratégia portuguesa para a "Indústria 4.0", coordenada pela Deloitte, ainda em fase de validação, o CEO da Critical Manufacturing espera que o Governo aprove ferramentas para "arrancar de forma mais célere" um processo em que Portugal "já está cinco anos atrasado". Francisco Lobo dá prioridade ao financiamento. O director de indústria da Siemens, António Mira, soma a formação. É que a falta de engenheiros electrotécnicos, informáticos ou mecânicos "já é uma realidade" e os operários também têm de "transformar as suas competências" para lidar com a digitalização fabril.