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Corticeira Amorim tem menos lucros mas paga dividendo extraordinário
A maior empresa de produtos de cortiça do mundo vai pagar um dividendo extraordinário de 8,5 cêntimos por ação, apesar de os lucros terem diminuído 7,1% nos primeiros nove meses face há um ano, para 54,4 milhões de euros.
A Corticeira Amorim anunciou esta quinta-feira, 7 de novembro, a convocação de uma assembleia geral extraordinária, a realizar a 2 de dezembro, para aprovar o pagamento de um dividendo extraordinário de 8,5 cêntimos por ação através da distribuição de reservas.
Uma decisão anunciada no mesmo dia em que revelou que os seus lucros, nos primeiros nove meses deste ano, diminuíram 7,1% face ao mesmo período do ano passado, para 54,41 milhões de euros, enquanto as vendas aumentaram 3,2% para 602,6 milhões de euros.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa liderada por António Rios Amorim adianta que, até setembro, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado diminuiu 10,7%, para 96,8 milhões de euros, tendo o rácio EBITDA/vendas recuado de 18,6% para 16,1% face ao período homólogo.
Segundo a corticeira, esta evolução reflete "o impacto do aumento do preço de consumo da cortiça e o desempenho desfavorável da UN [unidade de negócios] Revestimentos", sendo "de salientar os aumentos de preços e os ganhos de eficiência operacional nas várias unidades de negócio".
A Corticeira Amorim chegou ao final de setembro com uma dívida líquida de 161,3 milhões de euros, mais 56,6 milhões do que há um ano. A aquisição de 50% da Vinolok, por 11 milhões, e de 10% da Bourrassé, por cinco milhões, foram algumas das operações "a contribuir para o aumento da dívida", explica a empresa. Por outro lado, a alienação da US Floors, com o recebimento final de 2,3 milhões de euros, teve um efeito positivo nesta rubrica.
"Sem estes efeitos, em termos comparáveis, a dívida seria de 143 milhões de euros", enfatiza a Corticeira Amorim.
Já o aumento da faturação beneficiou de um "efeito positivo da variação cambial" sem o qual a variação das vendas teria registado um acréscimo de 2,2%.
Por unidades de negócio, a de isolamentos foi a que teve "um desempenho mais positivo", com as vendas a cresceram 18,1% das vendas, para seguida da de matérias-primas, com mais 15%, para 155,1 milhões de euros.
Já as vendas das rolhas, o principal negócio da empresa, aumentaram 5,3%, para 432,2 milhões de euros, enquanto as da unidade de aglomerados compósitos cresceram 2,2%, para 78,8 milhões de euros.
Uma nota diferenciada para a unidade de revestimentos, que registou "um ligeiro crescimento de vendas no terceiro trimestre, contrariando a tendência verificada no primeiro semestre" - aumentaram 1,4%, para 82,9 milhões de euros.
Em resultados não recorrentes a empresa diz estarem registados gastos de reestruturação de 800 mil euros e de aquisição de empresas participadas de 200 mil euros, refletindo o aumento do resultado de associadas "essencialmente o recebimento o valor final da US Floors (2,3 milhões de euros) e a aquisição da Vinolok (700 mil euros).
"A linha de impostos é beneficiada pela reversão de provisões, salientando-se a decisão final das autoridades fiscais que permitiu o reconhecimento dos prejuízos fiscais numa subsidiária em Espanha", explica.
(Notícia atualizada às 17:21)