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Compotas em tubo “bisnagam” a América, Japão e Médio Oriente

Parecem tubos de tinta mas, em vez de telas, pintam sabores. As compotas em bisnaga produzidas pela Meia.Dúzia conquistaram, num ano e meio, o mercado nacional e espanhol e garantiram 180 mil euros de facturação em 2013. Agora querem chegar à América e ao Médio e Extremo Oriente.

19 de Junho de 2014 às 17:20
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Começaram na garagem dos pais num espaço de 25 metros quadrados. Ano e meio depois, a unidade de produção tem 150 metros quadrados e há planos para duplicar a área fabril. Mas Jorge Ferreira, um dos proprietários da empresa Meia.Dúzia, diz que tudo tem de ser levado com calma, "passo a passo. Começamos há pouco tempo", ressalva o jovem empresário em declarações ao Negócios. 

 

Os irmãos Andreia e Jorge Ferreira produzem compotas, mas com um elemento diferenciador: a embalagem. São bisnagas de alumínio parecidas com tubos de tinta, que evitam o uso de colheres e facas de barrar.

 

"A ideia surgiu em 2011 e a inspiração veio do mundo da pintura. Os doces de fruta eram ideais para conseguir obter a paleta de cores", explica Ferreira, que se dedica às artes plásticas nos tempos livres.

 

A vontade de ter um projecto pessoal e inovador aliado ao plano de criar um posto de trabalho com a irmã, recém-licenciada em Engenharia Alimentar, levou-os a investir 40 mil euros para iniciar o projecto. O ano passado, acrescenta,  investiram mais 40 mil, fazendo com que o financiamento da pequena unidade industrial tivesse sido "todo realizado com capitais próprios".

 

Resultado inicial doce: a empresa facturou 180 mil euros em 2013. E qual é a previsão para este ano? O empresário vacila entre a prudência e o optimismo: "Estamos a estudar, queremos atingir o resultado do ano passado. Ainda mais..."

 

Azul com o mirtilo, verde com a maçã, ou amarelo com a pêra. É uma palete de sabores que, este ano, arrecadou o primeiro prémio no XXVIII Salón de Gourmet em Madrid. Foram a primeira empresa internacional (não espanhola) a consegui-lo.  

 

Para Jorge Ferreira, o prémio  significou o "reconhecimento e uma entrada mais forte no mercado espanhol", que actualmente "representa 15% do volume de vendas mensais", ocupando, a seguir ao mercado nacional, o lugar de maior destaque.

 

Mas a exportação para lojas gourmet não se limita ao país vizinho: "Já estamos na Bélgica, Luxemburgo, Reino Unido, Áustria...", conta o empreendedor.

 

E quanto a novos mercados? "Para já, o nosso objectivo é consolidar os que temos", responde à queima-roupa. Mas acaba por confidenciar que está a tentar entrar no Médio Oriente, Japão, Estados Unidos e na Colômbia. E avança que os mercados externos representam neste momento 30% das vendas, mais dez pontos percentuais do que no fecho do primeiro exercício da empresa.

 

Com 38 anos, Jorge Ferreira é engenheiro químico e concilia actualmente a gestão da Meia.Dúzia com um emprego na área da certificação. Na produção de doces de fruta, os irmãos Ferreira contam com a ajuda de cinco trabalhadores.

 

A Meia.Dúzia aposta também na plantação de frutos vermelhos em Famalicão. Um projecto de produção primária, ainda em fase de arranque, que será suportado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) em 80 mil euros. "Tentámos ser auto-suficientes. O objectivo é produzir para consumo próprio", explica o promotor.

 

Um "pack" de seis compotas com seis sabores diferentes é vendido ao consumidor final por 22,50 euros. Caro? Jorge Ferreira discorda - "é um produto com valor acrescentado, feito com as melhores matérias-primas, de forma artesanal. Esse é o nosso objectivo: valorizar os nossos produtos", enfatiza o empresário.

 

Além das compotas, Andreia e Jorge apostaram também em chás, licores e chocolates S.Tomé com frutas. Produtos que "seguem a mesma linha de conceito - tudo é feito em tubos."  Estes produtos representam apenas 20% das vendas.

 

A Meia.Dúzia venceu o ano passado o concurso "Cinco anos de vida, um negócio de sucesso", promovido pelo Mar Shopping e pela Fundação da Juventude. O prémio resultava na cedência de forma gratuita de uma loja "start-up" de três a seis meses naquele centro comercial de Matosinhos.

 

Agora que o prazo estipulado expirou, Andreia e Jorge decidiram manter a loja no "shopping" devido aos "resultados positivos" e porque permite "apresentar o conceito e a marca".

 

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