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Carlos Martins na hora da saída de CEO da Martifer: “Sou e quero continuar a ser o maior accionista”

Pedro Duarte será esta sexta-feira eleito novo CEO da Martifer, substituindo no cargo Carlos Martins, que passa a “chairman”. “Quero que o Pedro tenha muito sucesso”, pois isso significa que “trará dividendos para o maior accionista”, afirmou o fundador da empresa ao Negócios.

O conselho de administração da Martifer tem mandatos de três anos. Terminou no final de 2017. Carlos Martins é o presidente da empresa e o irmão Jorge é vice-presidente. Além dos irmãos, é administrador executivo Pedro Moreira.
Carlos Martins e o seu irmão Jorge são os principais accionistas da Martifer, através da I'M, que detém 42,5% do capital do grupo sediado em Oliveira de Frades. Sérgio Azenha
Rui Neves ruineves@negocios.pt 18 de Maio de 2018 às 14:29

Os accionistas da Martifer votam na tarde desta sexta-feira, 18 de Maio, em assembleia-geral, a nova equipa de administração do grupo, estando desde já garantida a sua aprovação, porquanto o novo elenco é proposto pelos dois accionistas de referência - a I’M, dos irmãos Carlos e Jorge Martins, que detém 42,5% do capital, e a Mota-Engil com 37,5%.

 

A grande novidade é a eleição de Pedro Duarte para a presidência executiva da Martifer, substituindo no cargo Carlos Martins, que, com o irmão Jorge Martins, deixa de ter funções executivas.  

 

Os irmãos Martins, os co-líderes de sempre da Martifer, passam a ocupar, respectivamente, os cargos de "chairman" e vice-presidente não executivo do grupo.

 

Esta sexta-feira, na hora da saída de CEO da Martifer, Carlos Martins declarou ao Negócios: "Quero que o Pedro Duarte tenha muito sucesso. Sou e quero continuar a ser o maior accionista da Martifer, portanto, o sucesso dele trará dividendos para o maior accionista", sublinhou o futuro "chairman" do grupo, assumindo a participação em conjunto com o irmão na I’M.

 

"Por outro lado, a Martifer é um projecto criado por mim, pelo que, obviamente, irei acarinhá-lo sempre, agora em funções diferentes", acrescentou.

 

De resto, disse que sai do cargo de CEO de "consciência tranquila" pelo trabalho realizado para inverter a situação do grupo, que chegou em 2017 aos lucros após (6,5 milhões de euros) sete anos de perdas acumuladas de mais de 360 milhões de euros.

 

"De consciência tranquila? Sim, claro, sem dúvida. Fiz aquilo que fui capaz de fazer, dei toda a minha força, a minha energia, o meu conhecimento, a minha inteligência, a este projecto, para dar a volta à empresa", afirmou.

 

"Tenho a certeza que o Pedro Duarte vai fazer um extraordinário trabalho"

 

A 27 de Abril passado, em entrevista ao Negócios, Carlos Martins garantiu: "Ninguém me pôs fora nem pediu a minha cabeça. Fui eu que pedi para sair." Alegando que estava "desgastado", apresentou Pedro Duarte como o homem certo para o suceder na liderança executiva do grupo.

 

"É um homem da casa e que trabalha directamente comigo desde 2011, tendo sido preparado ao longo destes sete anos para ocupar o lugar onde [vai] estar. É uma pessoa de extremo bom-senso e muito competente. Tenho a certeza de que vai fazer um extraordinário trabalho", afiançou Carlos Martins.

 

"Passou cá dentro todos os momentos difíceis e por isso deverá capitalizar em proveito próprio para não os voltar a repetir", rematou o futuro "chairman" da Martifer.

 

Desde que entrou no grupo sediado em Oliveira de Frades, em 2004, Pedro Duarte desempenhou funções em vários países da Europa de Leste e África, sendo desde 2011 administrador em diversas sociedades participadas do grupo.

 

Presidia até agora à administração da Martifer Construções Metalomecânicas, principal actividade da Martifer, e era também o responsável pelo negócio naval do grupo.

 

Pedro Miguel Rodrigues Duarte, de 40 anos, é licenciado em Engenharia Mecânica, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Antes de ingressar na Martifer passou pelos grupos Visabeira e PSA.

 

Voltando à nova composição da administração da Martifer, que será esta tarde votada pelos accionistas, Arnaldo Figueiredo, administrador da Mota-Engil, deverá manter-se como administrador não executivo, enquanto Pedro Moreira manterá o pelouro financeiro, mas agora fazendo parte da nova comissão executiva do grupo, que será partilhada com o CEO Pedro Duarte.

O novo elenco contará ainda, como administradores não executivos, Maria Mota, administradora e pertencente à família dona da Mota-Engil, a advogada Mariana Nogueira e Vítor Escária, ex-assessor económico do primeiro-ministro, António Costa, e que se demitiu, em Julho passado, após ter sido constituído arguido no processo do Ministério Público que investiga as viagens ao Euro pagas pela Galp.

 

A reunião-magna da Martifer servirá também para deliberar sobre as contas do exercício de 2017, que ficou marcado pelo regresso do grupo aos lucros, tendo os proveitos operacionais baixado para 185,6 milhões de euros, contra 217,1 milhões de euros em 2016. A dívida líquida levou um corte de cerca de 47 milhões de euros, fechando o ano de 2017 nos 189 milhões de euros.

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