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Campeão das exportações sobe salários e garante progressão na carreira

A tabela salarial na indústria do metal sobe 2,2% nos principais escalões e acima disso nos níveis mais baixos para garantir valor superior ao salário mínimo nacional. Patrões querem "sector mais atractivo" e "partilhar os bons resultados com os trabalhadores".

Miguel Baltazar/Negócios
03 de Abril de 2018 às 16:00
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Mais de 100 mil trabalhadores da indústria de metalurgia e metalomecânica vão beneficiar de uma actualização de 2,2% na tabela salarial, com produção de efeitos a 1 de Abril, e ganhar mais dez cêntimos no subsídio de refeição, que sobe para 4,55 euros.

 

Estes são dois dos principais pontos do acordo alcançado entre a principal associação empresarial do sector (AIMMAP) e o Sindicato Nacional da Indústria e Energia (SINDEL), afecto à UGT, que esta quarta-feira, 4 de Abril, formalizam no Porto a renovação do contrato colectivo de trabalho.

 

A maioria dos trabalhadores está incluída nos oito graus profissionais mais elevados existentes nesta indústria, num total de 11, tendo estes o referido aumento salarial médio de 2,2%. Para os restantes, que estão nas três categorias mais baixas, a progressão no ordenado até será superior – e gradual – para garantir que o salário mínimo no sector fica cinco euros acima do valor fixado a nível nacional (580 euros).

 

Em declarações ao Negócios, o porta-voz da AIMMAP, cujas associadas empregam mais de cem mil pessoas num total de 218 mil no sector, sublinhou que "estes são níveis salariais mínimos, mas as empresas, por norma, pagam acima desses valores". Até porque esta indústria, tal como outras, sofre com a falta de mão-de-obra especializada, contabilizando um défice de 28 mil trabalhadores.

 

É um processo que se inicia para partilhar os bons resultados com os trabalhadores e um estímulo para que as empresas o façam também. Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP

 

Rafael Campos Pereira considera que este acordo, que leva a assinatura do presidente da AIMMAP, Aníbal Campos, e do secretário-geral do SINDEL, Rui Miranda, pode "ajudar a tornar o sector mais atractivo" em termos de empregabilidade. Além disso, acrescentou, "é um processo que se inicia para partilhar os bons resultados com os trabalhadores e um estímulo para que as empresas o façam também".

 

Os indicadores positivos a que se refere o vice-presidente executivo desta associação, que tem estado activa também na captação de investimento directo estrangeiro para o sector, dizem sobretudo respeito às exportações. No ano passado, as vendas ao exterior bateram um novo recorde e superaram pela primeira vez a barreira dos 16 mil milhões de euros, o que valeu ao metal português a revalidação do título de sector industrial mais exportador da economia portuguesa.

 

Ou avaliam ou pagam mais

 

Ainda no âmbito deste acordo entre patrões e sindicatos – uma portaria de extensão, a requerer ao Ministério do Trabalho, arrastará depois os efeitos aos trabalhadores não sindicalizados –, ficou definida a criação de um mecanismo de progressão profissional dos trabalhadores "para incentivar as empresas a implementarem sistemas de avaliação de desempenho para efeitos de progressão na carreira". Campos Pereira admite que actualmente só uma minoria das empresas do sector tem um sistema de avaliação.

 

Ora, no caso de não haver esse sistema de avaliação na empresa, este novo mecanismo que entra agora em vigor prevê que, ao fim de um determinado tempo (o intervalo vai de dois a quatro anos, dependendo do grau) num mesmo nível salarial, o trabalhador pode requerer a progressão para um nível salarial superior dentro da mesma profissão.

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