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Campeão das exportações arrasa Orçamento: “Não acrescenta qualquer valor às empresas”
O vice-presidente da associação da fileira do metal, o mais exportador sector da economia portuguesa, considera que o Orçamento do Estado para 2019 “não dá quaisquer sinais positivos à economia e às empresas” e chega “ao cúmulo de agravar as tributações autónomas”.
Não só "não é cumprido o compromisso de não aumentar impostos - adicional ao IMI, imposto sobre o sector energético e impostos específicos", como "surpreende que chegue ao cúmulo de agravar as tributações autónomas", critica Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), quando instado pelo Negócios a comentar o Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano.
Para este dirigente associativo, o OE 2019 "não dá quaisquer sinais positivos à economia e às empresas", considerando que a proposta do Governo "não estimula o investimento, a qualificação dos recursos humanos ou a capitalização das empresas".
Com esta proposta orçamental, "que não acrescenta qualquer valor às empresas", o Governo "não dá sinais de querer melhorar o ambiente de negócios", afiança Campos Pereira.
O único dado "verdadeiramente positivo" encontrado no OE por este responsável associativo "é a preocupação com as contas públicas, que beneficiam as finanças públicas, mas também, indirectamente, a economia e as empresas".
"Entretido ou ensanduichado em conciliar cedências à União Europeia, por um lado, e aos parceiros radicais, pelo outro, o Governo descarta as prioridades da economia", conclui.
O sector industrial da metalurgia e da metalomecânica é o mais exportador da economia portuguesa - a associação patronal desta fileira prevê chegar ao final deste ano acima dos 19 mil milhões de vendas para os mercados externos, pulverizando o recorde de 16,4 mil milhões de euros registado no ano passado.