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Bosch vai investir 100 milhões e contratar mais 350 engenheiros em Portugal este ano

O grupo alemão, que está há 111 anos em Portugal, com fábricas em Braga, Ovar e Aveiro, que empregam quase seis mil pessoas, fechou o último exercício em território luso com vendas de cerca de 1,7 mil milhões de euros, mais 5% do que no ano anterior.

Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal. Paulo Duarte
17 de Maio de 2022 às 09:45
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Fechado o exercício de 2021 em Portugal com 5.788 trabalhadores, dos quais cerca de 900 engenheiros nas equipas de I&D, o grupo alemão Bosch promete continuar com o pé no acelerador na contratação de profissionais altamente qualificados dedicados a criar soluções para a mobilidade, casas e cidades inteligentes, nas suas fábricas de Braga, Ovar e Aveiro.

 

"Uma aposta que se materializa nas mais de 350 vagas que temos disponíveis para os centros de desenvolvimento nas várias unidades da Bosch no país e que iremos preencher no ano atual", revela Carlos Ribas, representante do grupo Bosch em Portugal, em comunicado.

 

Já no ano passado, realçou, foram alocados "cerca de 50 milhões de euros à criação de soluções tecnológicas inovadoras" e submetido o registo "de mais de 50 patentes relativas aos resultados de alguns dos maiores projetos de inovação em Portugal", tendo assinado ainda "novas parcerias com universidades portugueses, dando, um claro sinal de que a Bosch pretende continuar a investir no país", sublinha.

 

Resultado: "Dentro do grupo a nível mundial, Portugal é cada vez mais uma referência, com uma clara fórmula de sucesso: - Invented in Portugal and made in Portugal with portuguese talents", enfatiza Javier González Pareja, presidente do grupo alemão em Portugal e Espanha, que irá acompanhar Ribas na cerimónia de apresentação de resultados da Bosh Portugal, que está marcada para esta terça-feira, 17 de maio, no Porto.

No total, "o investimento da Bosch em Portugal para este ano de 2022 deverá rondar os 100 milhões de euros", sinaliza Carlos Ribas.

 

"Falamos de um investimento continuado para consolidar os nossos negócios no país, seja através dos projetos de inovação que desenvolvemos na sua grande maioria em parceria com as universidades do Minho, do Porto e de Aveiro, seja na expansão das nossas unidades", explica o mesmo gestor, realçando que "é este trabalho e os resultados que temos vindo a apresentar que nos permite continuar a atrair negócios, e consequentemente, a manter e a gerar postos de trabalho, o que faz da Bosch um dos maiores empregadores e exportadores do país".

 

Na unidade de termotecnologia de Aveiro, está previsto um investimento de 12 milhões na instalação de uma nova linha de produção, que "deverá arrancar no primeiro semestre de 2023 e que irá criar 300 novos postos de trabalho".

 

Já na fábrica de Ovar, "está a ser ultimada a inauguração das novas instalações que vão albergar as equipas de I&D e permitir a contratação de cerca de 50 novos colaboradores até ao fim de 2022", pretendendo, também, avançar com "a ampliação das instalações em Braga com a construção de dois novos edifícios para aumentar a capacidade de I&D e a capacidade produtiva e tecnológica".

 

Exportação de 97% de uma faturação de 1,7 mil milhões de euros

 

A Bosch fechou o exercício de 2021 com vendas no valor de 1,7 mil milhões de euros em Portugal, "incluindo vendas de empresas não consolidadas e serviços internos a empresas parceiras", o que representou um crescimento de cerca de 55 em relação ao ano anterior.

"No mercado local, a Bosch registou vendas consolidadas de 346 milhões de euros, 14% acima do nível de 2020", destaca a sexta maior exportadora portuguesa, que gerou 97% das suas receitas em mais de 50 mercados externos.

 

"Vindos de dois anos com as incertezas causadas pela pandemia e os constrangimentos da situação da escassez dos semicondutores, conseguimos um desempenho global positivo, recuperando para os níveis pré-pandemia", enfatiza o representante do grupo Bosch em Portugal.

 

Relativamente às perspetivas para este ano, Carlos Ribas indica que, "com base nos quatro primeiros meses do ano, esperamos uma evolução positiva em Portugal em 2022", ainda que ressalvando que "a conjuntura internacional atual faz com que seja necessário sermos cautelosos nas previsões para o ano".

 

Fábricas de Aveiro e Ovar registaram "os melhores resultados de sempre"

 

Em Ovar, uma localização com foco em tecnologias de videovigilância, intrusão e comunicação, a Bosch teve um aumento de 36% nas vendas relativamente ao ano anterior, enquanto a de Aveiro, que se dedica à produção de soluções de água quente através de esquentadores, caldeiras e bombas de calor, registou um crescimento homólogo de 26%.

 

As duas unidades registaram "os melhores resultados de sempre", afiança a Bosch Portugal.

 

Já o complexo industrial de Braga, que corporiza a área de soluções de mobilidade, "foi fortemente afetada nos últimos dois anos devido às paragens forçadas causadas pela pandemia e pela escassez de componentes eletrónicos no mercado", registou um decréscimo de 5% relativamente ao volume de vendas registado em 2020.

 

"Ainda assim, a empresa industrializou e iniciou a produção de um novo radar que irá contribuir para o aumento das vendas internas já este ano", sinaliza o grupo alemão.

Carlos Ribas afirma que "embora ainda tenhamos alguns fornecedores com limitações, o problema de escassez de semicondutores no mercado já não é comparável ao que era no ano passado", pelo que, "caso a conjuntura atual nos permita cumprir com o plano deste ano, poderá haver uma evolução positiva nas vendas".

 

A partir de Braga, a Bosch tem vindo "a marcar o caminho da mobilidade do futuro com o desenvolvimento de tecnologias de impacto mundial, resultado de uma forte aposta nas equipas de I&D que têm vindo a desenvolver sensores de perceção e localização, sistemas de comunicação entre veículos e infraestrutura rodoviária, soluções para a monitorização dos ocupantes de veículos, aplicações para a mobilidade, entre outras tecnologias inovadoras que estão a moldar a mobilidade conectada e autónoma", salienta o grupo alemão.

 

Grupo alemão fatura 79 mil milhões e emprega mais de 400 mil pessoas

 

Destaque ainda para a unidade "service solutions" da Bosch em Lisboa, dedicada à prestação de serviços nas áreas de experiência de cliente, mobilidade, monitorização e processos de negócio, que registou "um crescimento de 15%, ultrapassando o volume de negócio anterior à pandemia".

 

"Esta unidade continua a crescer através da implementação de serviços baseados em tecnologia, tornando Lisboa um centro de competências internacional para fornecer serviços complexos de suporte a elevadores, serviços multilingues de experiência de cliente e suporte técnico e de IT especializado", salienta a Bosch

 

Por fim, a área de bens de consumo, que engloba os eletrodomésticos e as ferramentas elétricas, teve um crescimento das vendas de 16% em 2021 face ao ano anterior.

 

A nível global, o grupo Bosch fechou o último exercício com uma faturação de 78,7 mil milhões de euros e um efetivo de 401.300 pessoas em 128 localizações em todo o mundo, das quais 76.300 estão afetos a investigação e desenvolvimento.

 

No primeiro trimestre de 2022, "a receita de vendas da empresa cresceu 5,2%", esperando que em termos anuais "as vendas cresçam mais de 6% e alcancem um EBIT entre os 3% a 4%".

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