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“A Inapa deu um passo maior que a perna”, diz ex-presidente da Parpública

José Realinho de Matos entende que a insolvência da empresa aconteceu por culpa própria, ao ter-se sobre-endividado na aquisição da alemã Papirus em 2019.

Miguel Baltazar
21 de Janeiro de 2025 às 18:26
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A Inapa tinha problemas estruturais, e a insolvência da empresa fica a dever-se sobretudo a opções de gestão, acredita o ex-presidente da Parpública à altura das semanas que antecederam a insolvência.


Na Comissão de Orçamento e Finanças, José Realinho de Matos afirmou que "o problema da Inapa era muito mais estrutural do que conjuntural", e agravou-se em 2019, com a aquisição da germânica Papirus Deutschland, que mais tarde estaria na origem da insolvência.

"A Inapa deu um passo maior que a perna" nessa aquisição, sustentou o antigo responsável da entidade que gere as participações do Estado.


A operação, recordou, obrigou a financiamento bancário, assim como grande parte da atividade da companhia. "Tinha 167 milhões de dívida bancária", recordou, acrescentando que a prova de que os problemas financeiros eram antigos é que "a Inapa esteve tanto tempo cotada mas nunca distribuiu um cêntimo de dividendos".

Realinho de Matos rejeitou também a ideia de que a administração da empresa tenha apresentado soluções viáveis para resolver as dificuldades de tesouraria que resultariam na insolvência. "Qualquer apoio concedido teria de ser nas regras nacionais e europeias e teria de ser respaldado pela garantia de que haveria retorno e obedecia a regras de mercado", argumentou, explicando que essa prova nunca foi feita.

Os pedidos de apoio da Inapa eram recorrentes, explicou: a empresa "vinha solicitando desde 2020 apoios públicos e sempre direcionados à Parpública". Uma solução não poderia ter o financiamento exclusivo de um acionista – ainda por cima público – que nem era maioritário.

José Realinho de Matos respondeu também às acusações de que terá demorado a informar o Governo sobre as dificuldades da empresa: "A Parpública tinha de levar à tutela soluções e não problemas", atirou, garantindo que procurou soluções junto dos bancos credores e até com sociedades de capital de risco – e que todos recusaram participar.

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