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Credores aprovam liquidação da Inapa e ofertas de 45 milhões

A assembleia de credores da distribuidora de papel, que se apresentou à insolvência com dívidas de 209 milhões de euros, deu luz verde ao gestor judicial para a venda imediata de dois negócios, um a japoneses por 25 milhões e outro a franceses por 20 milhões de euros.

Pedro Ferreira
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Os credores da Inapa aprovaram esta sexta-feira, 27 de setembro, o relatório do administrador de insolvência, dando luz verde para a venda, em sede de liquidação da empresa, da Inapa Packaging à francesa Next Pack, por 20 milhões de euros, e da Inapa France à japonesa JPP por 25 milhões de euros.

No caso da proposta da Japanese Pulp and Paper (JPP), a transação está ainda sujeita a determinadas condições para a assinatura e conclusão da operação, pelo que a equipa liderada pelo administrador de insolvência irá agora entrar num período de 30 dias de negociações exclusivas com este grupo asiático para verificação das condições precedentes.

Firmadas as duas ofertas, a empresa poderá não só obter um encaixe financeiro de 45 milhões de euros, como também ter um alívio de parte da sua dívida que pode passar agora para a esfera dos potenciais novos donos.

Feitas as contas, o proveito desta operação poderá ascender a cerca de 100 milhões de euros, o que equivale a praticamente metade da dívida conjunta de 209 milhões de euros que consta da lista provisória de credores da empresa, sabe o Negócios.

Também conforme proposto pelo gestor judicial, os credores deram 90 dias a Bruno Costa Pereira para viabilizar soluções para as demais participadas do grupo Inapa, que abrangem negócios em países como Portugal, Espanha e Turquia.

Em concreto, na assembleia de credores, realizada em Sintra, foi aprovada a proposta e Bruno Costa Pereira para a "manutenção da atividade do estabelecimento da insolvente na esfera do administrador da insolvência, sem que se veja determinada a suspensão da liquidação do ativo (para se prosseguir as diligências tendentes à venda das participações sociais e de outros ativos detidos pela Inapa IPG)".

Ambas as propostas foram aprovada pela grande maioria dos credores, tendo apenas registado um voto contra e a abstenção do Santander, Bankinter e April. 

O grupo Inapa apresentou-se à insolvência com uma dívida de 208,5 milhões de euros, dos quais 69,9 milhões à Inapa France, 22 milhões a entidades sediadas na Alemanha – incluindo as suas subsidiárias e nove milhões à Papyrus – e oito milhões à Inapa España.

Na frente bancária, surge à cabeça o BCP, ao qual a Inapa assume que deve 34,671 milhões de euros, seguindo-se o Novo Banco (15 milhões), a CGD (6 milhões), o Banco Português de Gestão (3,25 milhões) e o Santander (386 mil euros). No papel de locadoras financeiras, são também credoras as sucursais portuguesas do BMW Bank e do Volkswagen Bank.

O grupo Inapa faz ainda constar da lista entregue em tribunal o seu próprio assessor jurídico – a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, a quem deve 31.819 euros, assim como a sua ex-auditora Deloitte (18.450 euros) e a Mckinsey (701 euros), entre muitos outros.

A distribuidora de papel apresentou-se à insolvência no final de julho passado, justificando a decisão com o facto de enfrentar uma "carência pontual de tesouraria" da subsidiária alemã, o que levou a administração então liderada por Frederico Lupi a pedir um empréstimo de curto prazo aos três maiores acionistas, Parpública com 44,89%, a Nova Expressão, com 10%, e o Novo Banco, que detém 6,55%.

No entanto, a empresa que gere as participações do Estado decidiu, com o apoio do Ministério das Finanças, chumbar este financiamento.

A Inapa Deutschland acabou por apresentar-se à insolvência.

O grupo Inapa não resistiu ao efeito dominó da sua subsidiária alemã, que o arrastou também para a insolvência, com uma dívida total de 208,5 milhões de euros, onde são credores bancos, auditores, advogados, subsidiárias, fornecedores e trabalhadores, incluindo administradores. 

(Notícia atualizada às 16:12)

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