A Inapa já tem uma data para sair de bolsa: 29 de outubro, data em que as ações serão excluídas da Euronext Lisbon, de acordo com a informação avançada pela distribuidora de papel ao mercado.

As ações reagiram em baixa, tendo afundado cerca de 55%, fechando o dia a cotar-se nos 0,0026 euros, valendo por isso menos de um cêntimo. Em termos de capitalização bolsista, a empresa perdeu 1,6 milhões de euros.

Desde o início do ano, a cotada regista um tombo de 91%. As ações da Inapa já estavam a ser negociadas numa "recovery box", um segmento da Euronext onde são transacionados títulos de empresas que entraram em algum tipo de incumprimento.

A decisão foi tomada pela gestora da bolsa de Lisboa, depois de a empresa se ter apresentado à insolvência no final de julho passado, justificando a decisão com o facto de enfrentar uma "carência pontual de tesouraria" da subsidiária alemã. Atualmente, a lista provisória de credores conta com mais de 200 milhões de euros em dívidas, que tem à cabeça vários bancos e as própria subsidiárias.

No final de setembro, os credores da Inapa aprovaram o relatório do administrador de insolvência, dando luz verde para a venda, em sede de liquidação da empresa, da Inapa Packaging à francesa Next Pack, por 20 milhões de euros, e da Inapa France à japonesa JPP por 25 milhões de euros. A primeira transação já foi concluída.

Os principais acionistas são a Parpública (44,89%) - a "holding" que gere as participações do Estado - o Nova Expressão, que conta com uma presença de 10,85% no capital e o Novo Banco (6,55%).