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Inapa adia apresentação de contas após insolvência
A empresa, que em julho avançou com um pedido de insolvência, informou em comunicado que não vai apresentar para já os resultados do primeiro semestre de 2024. Números serão divulgados após assembleia de credores.
A Inapa decidiu adiar a apresentação de resultados do primeiro semestre de 2024, que tinha data marcada para 27 de setembro. O novo calendário será anunciado em outubro, afirmou esta quarta-feira a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A justificação da empresa para o adiamento é clara: os constrangimentos que ainda decorrem do processo de insolvência, apresentado em finais de julho.
"A referida alteração no calendário financeiro decorre do facto da Inapa IPG se encontrar declarada insolvente e, nesse âmbito, de estar agendada para o dia 27 de Setembro de 2024 uma Assembleia de Credores para apreciação do relatório de insolvência e deliberação sobre aspectos determinantes para futuro da Inapa IPG", pode ler-se no comunicado.
Assim, as contas semestrais serão divulgadas após a referida assembleia de credores, adianta a Inapa, que assegura ser a decisão "de maior importância e transparência" para com o mercado, isto porque só serão depois conhecidos "os impactos das deliberações nas demonstrações financeiras".
Também face aos constrangimentos que resultaram da insolvência, a Inapa adiou a divulgação do Plano para a Igualdade de Género 2025, que seria inicialmente apresentado a 13 de setembro. No comunicado à CMVM, a distribuidora de papel refere que a elaboração será reavaliada "posteriormente à Assembleia de Credores, e caso aplicável, devidamente comunicada".
A Inapa pôs fim a quase 50 anos de atividade no passado dia 29 de julho, tendo justificado a decisão com o facto de enfrentar uma "carência pontual de tesouraria" da subsidiária alemã, o que levou a administração então liderada por Frederico Lupi a pedir um empréstimo de curto prazo aos três maiores acionistas: a Parpública com 44,89%, a Nova Expressão, com 10%, e o Novo Banco, que detém 6,55%. No entanto, a empresa que gere as participações do Estado decidiu, com o apoio do Ministério das Finanças, chumbar este financiamento.